Título: Japão oferece meio bilhão de dólares em ajuda
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Fonte: O Globo, 02/01/2005, O Mundo, p. 37
Comunidade internacional já prometeu US$2 bilhões, na maior oferta de dinheiro para auxílio humanitário da História
NOVA YORK. O governo do Japão anunciou ontem que doará o equivalente a US$500 milhões para a ajuda às vítimas do terremoto e das tsunamis geradas por ele, que até ontem já tinham causado a morte de mais de 145 mil pessoas em Ásia e África. Com a doação japonesa, que se tornou o país ou a entidade que mais forneceu dinheiro para minimizar os efeitos da catástrofe, a ONU já contabiliza US$2 bilhões (mais de R$5,3 bilhões).
- No momento já temos registradas promessas de US$2 bilhões para as fases de emergência e de recuperação - disse Jan Egeland, encarregado da ONU para coordenar o auxílio às vítimas. - É a maior infusão de auxílio num período tão curto.
Segundo ele, a quantia doada nos últimos seis dias é maior do que toda a ajuda recebida pela ONU em 2004 para operações em locais como Darfur, no Sudão, e no Congo somadas.
- A compaixão internacional nunca atingiu estes níveis - disse Egeland, que, porém, frisou. - É necessário muito mais.
Japão oferecera apenas US$30 milhões até ontem
O premier do Japão, Junichiro Koizumi, anunciou a elevação da ajuda de seu país para meio bilhão de dólares. Até ontem, Tóquio comprometera-se com US$30 milhões:
- Queremos manifestar a decisão do Japão de brindar a maior assistência possível de acordo com sua responsabilidade como sócio da Ásia.
Os maiores doadores até então eram os EUA, com US$350 milhões, e o Banco Mundial, com US$250 milhões.
Ontem, o governo dos EUA, seguindo o exemplo de países como Alemanha e Suécia, decretou que suas bandeiras sejam hasteadas a meio mastro.
A solidariedade internacional não se resume a governos. Doações das populações chegam a dezenas de milhões de dólares e milhares de toneladas de mantimentos. Só os cidadãos do Reino Unido já doaram quase US$100 milhões, aproximadamente o mesmo que seu governo.
A celebração da chegada do ano novo em diversos países teve tocantes gestos simbólicos - como minutos de silêncio em locais tão distantes como Rio de Janeiro, Roma e Sydney - cancelamento de comemorações em países asiáticos e cidades italianas, e arrecadação de doações. Em Berlim, centenas de milhares de dólares foram arrecadados durante a celebração da chegada de 2005.