Título: LUIZIANNE DECRETA ESTADO DE EMERGÊNCIA
Autor: Isabela Martin
Fonte: O Globo, 06/01/2005, O País, p. 5

Medida terá de ser antecipada por causa do rombo nas contas de Fortaleza

FORTALEZA. A prefeita Luizianne Lins (PT) deve decretar hoje estado de emergência em Fortaleza. A medida, que já vinha sendo estudada, foi antecipada por causa da situação financeira do município. O último levantamento revelou que o valor dos restos a pagar a curto prazo deixados pelo ex-prefeito Juraci Magalhães (PMDB) é de R$342 milhões e não R$255 milhões, como cogitado inicialmente. O secretário de Finanças, Alexandre Cialdini, disse acreditar que, quando for concluído o balanço, o rombo será maior.

Luizianne vai a Brasília até 15 de janeiro para conversar com o chefe da Casa Civil, José Dirceu. Ela vai expor os problemas que encontrou e pedir ajuda. No primeiro turno da campanha, Dirceu negou-lhe apoio e pediu votos para o candidato do PCdoB, Inácio Arruda.

¿ Vamos decretar estado de emergência e pedir ajuda ao governo Lula ¿ disse a prefeita.

O estado de emergência permite a contratação de serviços e produtos sem licitação. Além disso, há outro problema: quase todos os 6.118 contratos terceirizados do município venceram em 31 de dezembro. Metade é nas áreas de educação e saúde.

Falta de recursos ameaça Operação Fortaleza Bela

O estado de emergência, segundo ela, só será usado para contratar serviços como o fornecimento de leite para creches. Luizianne está preocupada também porque a falta de dinheiro ameaça sua principal bandeira nesse início de governo: a operação Fortaleza Bela, de limpeza e recuperação da malha viária.

¿ Fortaleza vive uma emergência deixada pela ex-administração. É bom que o povo saiba. Não vou herdar a dívida e simplesmente ficar calada.

Em Brasília, a prefeita tentará estabelecer parcerias com o governo federal. Ela está interessada, por exemplo, no programa de prevenção de emergências e desastres, do Ministério da Integração Nacional. Em 2004, o orçamento desse programa (R$4,3 milhões) foi reforçado com R$124 milhões oriundos de emendas parlamentares.