Título: Entre a fidelidade ao PFL e o apoio a Lula
Autor: Helena Chagas e Lydia Medeiros
Fonte: O Globo, 13/01/2005, O país, p. 8

Nos dois primeiros anos de governo Lula, a senadora Roseana Sarney (PFL-MA) viveu o dilema de integrar um partido de oposição e seguir a orientação política do grupo do pai, o senador José Sarney (PMDB-AP), de apoio ao presidente. Nas votações das reformas, ajudou o governo na caça aos votos. Fazia planilhas com o perfil dos senadores e participava das reuniões de coordenação.

Em assuntos mais polêmicos, como o reajuste do salário-mínimo, não contrariou o PFL, que fechou questão por um valor maior. Também não ficou contra o governo. Simplesmente saiu do plenário na hora de votar.

Para assumir o ministério, Roseana precisará deixar o PFL. Na escolha do novo partido, vai avaliar a melhor opção para concorrer novamente ao governo do Maranhão, cargo que já ocupou duas vezes. Ela rompeu com o governador José Reinaldo, hoje no PTB, que tornou-se seu maior inimigo político.

Roseana chegou ao Senado após uma pré-campanha frustrada para a Presidência da República. A imagem do pacote de R$ 1,3 milhão em notas de R$ 50, encontrado nos cofres da empresa Lunus, dela e do marido, Jorge Murad, tirou-a da disputa, em 2002. A senadora foi alvo de uma investigação por suposto envolvimento em desvio de recursos da extinta Sudam, mas a acusação contra ela foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).