Título: Lula acerta ida de Roseana para o Ministério
Autor: Helena Chagas e Lydia Medeiros
Fonte: O Globo, 13/01/2005, O país, p. 8

presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ontem os primeiros sinais concretos do que será a reforma ministerial. Em encontro com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e com o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), ele confirmou a presença da senadora Roseana Sarney (PFL-MA) na equipe e assegurou que o PMDB será fortalecido no governo. A intenção de Lula é concluir esse processo semana que vem. Na próxima segunda-feira, ele deve voltar a conversar com Sarney e Renan, que foram ao presidente anunciar formalmente que a sucessão na presidência do Senado será pacífica.

Coube a Renan dizer a Lula que há um movimento suprapartidário, envolvendo outros partidos da base, para levar Roseana para o Ministério. Lula foi receptivo e disse que fora informado desse consenso pelo líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP).

¿ Presidente, há uma convergência suprapartidária em torno do nome da senadora Roseana para o Ministério. Ela tem o apoio do líder Aloizio Mercadante, dos ministros José Dirceu (Casa Civil) e Aldo Rebelo (Coordenação Política) e de outros partidos da base ¿ disse Renan a Lula.

Roseana deverá se filiar ao PMDB

O caminho natural de Roseana é mesmo o PMDB, mas ela não se filiará imediatamente ao partido. Ela tem dito que, se confirmado o convite do presidente Lula, poderá ficar alguns meses sem legenda.

A intenção de Renan ao falar no caráter suprapartidário da indicação de Roseana foi mostrar que a senadora não integra a cota do PMDB no primeiro escalão, e que o partido deve ter mais espaço, independentemente dessa nomeação. Ela representa o grupo político do pai, que ajudou o governo nesses primeiros dois anos. Lula confirmou que vai dar uma pasta mais forte ao PMDB.

Não ficou claro ontem qual pasta será destinada à Roseana ¿ pode ser a de Comunicações ou de Turismo ¿ e nem a fórmula que será usada para ampliar a participação do PMDB na Esplanada. Essa operação pode passar pela nomeação de mais um ministro do partido ou pela substituição de um dos dois ministérios do PMDB (Previdência e Comunicações) por uma pasta mais forte, como a da Integração Nacional ou a das Cidades.