Título: Governo segue nova receita de Bird e FMI
Autor: Valderez Caetano
Fonte: O Globo, 17/01/2005, Economia, p. 17

Se na oposição o PT não podia ouvir falar em Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (Bird), agora petistas fazem o governo se alinhar com o receituário dos organismos multilaterais, ao escolher como prioridades de sua agenda medidas microeconômicas, para o aperfeiçoamento das instituições, e questões pontuais como oferta de crédito e empreendedorismo.

Nos anos 80 e 90, governo, setor privado e vários economistas eram adeptos do Consenso de Washington, a cartilha de FMI e Bird. Surgiram as políticas monetária e de ajuste fiscal, a privatização, câmbio livre e abertura comercial.

Só que os organismos multilaterais, às vésperas do novo milênio, foram questionados pela falta de resultados na África e na América Latina. Criaram então uma nova agenda, de aperfeiçoamento das instituições. Esqueceram porém da dimensão política do desenvolvimento, segundo seus críticos.

A agenda da Fazenda é muito parecida com a que o Bird vem sugerindo hoje aos países em desenvolvimento, conforme o documento ¿Global Economic Prospect¿ (¿Perspectiva Econômica Global¿), de dezembro de 2004.