Título: EMPREGO FORMAL: MELHOR RESULTADO DESDE 1992
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Fonte: O Globo, 15/01/2005, Economia, p. 26
O número de novos trabalhadores com carteira assinada no ano passado atingiu 1,523 milhão, segundo dados consolidados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem. O resultado é o melhor da série histórica iniciada pelo Ministério do Trabalho em 1992 e mais do que o dobro do saldo registrado no ano passado, que foi de 645.400. Apesar disso, o desempenho ficou abaixo das previsões do ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, que esperava um resultado positivo de 1,8 milhão de vagas.
A meta foi estipulada em novembro, diante dos bons resultados do cadastro no decorrer do ano. Mas dezembro teve o pior desempenho para o mês desde 1998 e registrou a eliminação de 352 mil vagas, o que acabou frustrando as projeções do governo.
¿ Havia uma expectativa de que esse número (de demissões) fosse menor ¿ reconheceu o secretário-executivo do ministério, Alencar Ferreira.
Ele destacou, no entanto, que o problema é sazonal, ou seja, o setor produtivo aumentou as contratações para atender à demanda aquecida no fim de ano e depois ajustou o quadro de pessoal, o que costuma acontecer em dezembro. Com exceção do comércio, que teve um saldo de 10.911 novas vagas, todos os setores demitiram mais do que contrataram no mês passado: a indústria da transformação eliminou 111.737; o setor de serviços, 66.281; e a agricultura teve um saldo negativo de 125.524 devido à entressafra.
Este ano, o ministério espera repetir o desempenho de 2004 e aposta no crescimento da economia e no vigor do mercado interno. O aumento do salário-mínimo, de R$260 para R$300, com ganho real de 9,7%, e o orçamento previsto para habitação este ano, em torno de R$10 bilhões, vão ajudar o mercado de trabalho, disse o secretário.
Segundo os dados compilados pelo Caged ¿ com base nas informações repassadas pelas empresas mensalmente ¿ o total de assalariados formais caiu em dezembro em todas as regiões, sobretudo no Sudeste, que fechou 213.546 postos, e no Sul, com saldo negativo de 60.192. Nas regiões metropolitanas, houve uma queda de 36.160 empregos, com destaque para São Paulo, que eliminou 14.375 vagas. No interior dos estados o saldo ficou negativo em 239.117 postos. O Rio perdeu 2.253 postos em dezembro, mas no ano gerou 72.338 vagas com carteira assinada.