Título: PSDB E PFL REAGEM ÀS NOMEAÇÕES POLÍTICAS NAS AGÊNCIAS REGULADORAS
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Fonte: O Globo, 19/01/2005, O País, p. 4

Na oposição e até mesmo em setores do governo houve forte reação à politização dos cargos de direção das agências reguladoras. Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participava ontem da solenidade de posse do amigo e ex- tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo Paulo Okamotto como presidente do Sebrae, tucanos e pefelistas reagiam às indicações políticas que, segundo eles, comprometem a eficiência dos órgãos.

O presidente garantiu à ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, que dará prioridade a um nome técnico para a direção-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Mas na posse de Okamotto, não demonstrou constrangimento em dar ao amigo emprego com salário de R$25 mil.

O líder do PSDB em exercício, deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), criticou o governo:

¿ Os conceitos de autonomia e independência das agências têm sido demolidos pelo PT. Diferentemente do governo Fernando Henrique, atualmente cada indicação tem que ter aprovação política e entra até na cota partidária dos aliados.

Para o líder do PFL no Senado, José Agripino Maia (RN), o governo avança para tomar conta de cargos que deveriam ser inegociáveis.

¿ A nomeação política acabará afetando o desempenho das agências.

No Palácio do Planalto, ministros e assessores disseram ser natural a nomeação de pessoas de confiança com competência técnica. O líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), citou a indicação do então genro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, David Zylbersztajn, para a ANP:

¿ Os critérios do governo Lula são bem melhores do que os critérios adotados pelo Fernando Henrique, que empregou um genro na direção da ANP.