Título: SARDINHA VIRA ASSUNTO DE COMITÊ
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Fonte: O Globo, 19/01/2005, O País, p. 8
A sardinha verdadeira, como é conhecida a mais popular das quatro variedades do peixe no Brasil, é o centro das preocupações de mais um grupo de trabalho criado pelo governo federal, conforme portaria publicada no Diário Oficial anteontem. O Comitê de Gestão do Uso Sustentável de Sardinha Verdadeira (CGSS), formado por representantes de quatro ministérios e 12 entidades ligadas à pesca e comercialização do alimento, estudará alternativas para alavancar a produção da espécie.
O assunto tem deixado o governo e as empresas do setor preocupados. Em 1973 foram produzidas 223 mil toneladas de sardinha verdadeira no Brasil. Depois de duas décadas de queda, a produção chegou a 50 mil toneladas no ano passado. De acordo com a portaria, o CGSS prestará assessoria para o Ibama ¿na tomada de decisão sobre a gestão do uso sustentável da sardinha e fauna associada nas regiões Sudeste e Sul¿.
O colegiado não trabalhará sozinho: contará com a ajuda do Subcomitê Científico e do Subcomitê de Cumprimento. Como esses nomes sugerem, o primeiro prestará consultoria tecnológica e o segundo fiscalizará se as políticas traçadas pelo comitê serão realmente realizadas. O CGSS também terá o apoio de grupos de gestão em Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A atribuição desses órgãos ainda não foi decidida pelo governo.
O CGSS é um entre dezenas de grupos de trabalho criados nos últimos dois anos pelo governo para cuidar de assuntos considerados relevantes. A Casa Civil participa de 22, mas há outros grupos criados pelos ministérios. Sobre esses, o governo já não sabe quantos são.
Existem comitês para todos os gostos, dos mais específicos aos mais genéricos. Os grupos tratam de assuntos espaciais, violência contra a mulher, políticas para aumentar os investimentos em regiões metropolitanas, combate à pobreza e análise da situação dos portos brasileiros. O último foi criado ontem. Trata-se de um comitê para avaliar que ajuda a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) pode dar à reforma agrária.