Título: PRESIDENTE ESTRÉIA AEROLULA RELANÇANDO PROJETO RONDON
Autor:
Fonte: O Globo, 19/01/2005, O País, p. 9

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estréia hoje, numa viagem a Tabatinga (AM), o novo avião da Presidência, o Airbus batizado de Santos Dumont e apelidado de AeroLula. Levará uma comitiva discreta: até o fim da tarde de ontem, segundo a assessoria de Lula, apenas 13 pessoas, além da tripulação e seguranças, acompanhariam o presidente.

Na viagem inaugural do avião acompanham o presidente os ministros Tarso Genro (Educação), Luiz Dulci (Secretaria Geral) e Aldo Rebelo (Coordenação Política). Além deles, o assessor especial para assuntos internacionais Marco Aurélio Garcia e os assessores pessoais do presidente que cuidam do cerimonial, segurança e dos contatos com a imprensa. O avião custou US$56,7 milhões (cerca de R$154 milhões).

Lula relançará oficialmente o Projeto Rondon

Em Tabatinga, o presidente relança oficialmente hoje o Projeto Rondon, que fora desativado em 1986. O presidente mudou a cerimônia de lançamento de Manaus para Tabatinga, cidade que faz fronteira com a Colômbia, para se encontrar com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe. Lula, que é amigo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, poderá conversar sobre a recente crise entre venezuelanos e colombianos, envolvendo a prisão, na Venezuela, de um guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Lula desembarca em Tabatinga e vai ao encontro de Uribe em Letícia, cidade colombiana que faz fronteira com o Brasil. Pela manhã, o presidente se reúne com os estudantes do Projeto Rondon e almoça num refeitório militar. No novo Projeto Rondon, que está começando pela Amazônia, os estudantes visitarão cidades da região. A primeira fase do projeto vai custar R$2 milhões.

As Forças Armadas são responsáveis pela coordenação e pela logística e têm a União Nacional dos Estudantes (UNE) como parceira. Os 200 estudantes e professores são de 40 universidades; 54% são mulheres e 46%, homens. Todos terão de entregar até março um relatório com um diagnóstico sobre a situação das comunidades e propor soluções.

No treinamento, os estudantes ouviram palestras que incluíram até explicações sobre a Lei do Abate. Os militares que atuam na Amazônia dizem que a lei que permite até a destruição de aeronaves em pleno vôo, tem inibido o tráfego ilegal de aviões.

Aviões irregulares preferem contornar a fronteira

Segundo o comandante do VII Comar (Comando Aéreo Regional), major-brigadeiro Cleonilson Nicácio Silva, os aviões em situação irregular, a maioria transportando drogas, têm preferido contornar a fronteira brasileira, evitando cruzá-la. Mas até agora a Aeronáutica não abateu nenhuma aeronave.