Título: ATAQUES MATAM QUASE 40 NO IRAQUE
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Fonte: O Globo, 22/01/2005, O Mundo, p. 31

Ataques em diversos locais do Iraque mataram pelo menos 37 pessoas, num dia em que o líder do principal grupo terrorista em atividade no país declarou guerra contra o maior clérigo xiita iraquiano. Nos mais graves ataques do dia, uma mesquita foi atacada em Bagdá com um carro-bomba e uma festa de casamento terminou em tragédia depois da explosão criminosa de uma ambulância.

Centenas de fiéis deixavam a mesquita de al-Taf no fim das orações de sexta-feira quando ocorreu a explosão. A mesquita estava especialmente cheia devido à comemoração do feriado de Eid al-Adha. O ataque matou ao menos 15 pessoas.

¿ No momento em que fiéis deixavam a mesquita, um carro em grande velocidade se chocou com um ônibus estacionado diante da entrada da mesquita ¿ descreveu o responsável pela mesquita, Mahmoud Ali.

Entre os mortos há duas crianças e duas mulheres.

Em outro ataque contra xiitas, uma ambulância repleta de explosivos foi detonada numa festa de casamento em Yusufiya, ao sul da Bagdá, matando pelo menos cinco pessoas. Segundo a polícia, o veículo foi atirado contra o prédio em que os noivos estavam recebendo os cumprimentos.

A festa era do clã xiita Abu Amer, que tem um histórico de conflitos com clãs sunitas da região da capital.

Seis soldados iraquianos e dois civis foram mortos em diferentes ataques realizados no país ontem. Um soldado americano e um rebelde morreram durante uma batalha nos arredores de Duluiya. Um militar italiano foi morto em Nassiriya depois de o helicóptero em que estava ter sido derrubado por rebeldes. Em Majlul, ao norte de Bagdá, três empresários iraquianos foram assassinados.

Aiatolá Sistani é chamado de satanás por Zarqawi

Em Ramadi, o corpo de um soldado iraquiano, com a cabeça cortada colocada sobre seu peito, foi deixado numa rua de dia. Ao lado do cadáver, um cartaz dizia que soldados deveriam abandonar seus postos.

Um vídeo do grupo do terrorista Abu Musab al-Zarqawi divulgado ontem mostra dois civis árabes que trabalhavam para uma empresa libanesa sendo degolados diante da câmera.

Numa mensagem de 75 minutos, uma voz que foi reconhecida como sendo a de Zarqawi declara guerra contra os xiitas, insultando o aiatolá Ali al-Sistani, que foi chamado de satanás:

¿ A batalha de Faluja revelou a fealdade dos rafidha (termo pejorativo para os xiitas), que brilharam por seu ódio (contra os sunitas) nesta batalha. Participaram da campanha militar contra Faluja com a bênção do imã da infidelidade e da apostasia, Sistani.