Título: A ÚLTIMA FRONTEIRA: INSTITUTO IRÁ DESALOJAR INVASORES DE VILA CLANDESTINA
Autor:
Fonte: O Globo, 23/01/2005, O País, p. 4

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vincula a invasão da Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro a uma máfia especializada em tomar áreas de preservação em Rondônia. Nancy Maria Rodrigues da Silva, gerente executiva em exercício do Ibama, lamenta que o retorno econômico seja mínimo, diante de tanta destruição, e garante que os invasores serão desalojados em breve.

¿ Quem vê as imagens por satélite da ocupação fica aterrorizado. Em Rondônia, existe uma máfia que invade as áreas de preservação. Hoje, há três ameaças de ocupação. De onde está saindo a madeira que alimenta as madeireiras do estado? Das áreas de preservação. É só onde tem.

Gerente reconhece que houve apatia do Ibama

A gerente reconhece que houve apatia do Ibama nos primeiros anos de invasão, quando os funcionários do órgão desmereceram a chegada dos primeiros ocupantes e dos madeireiros.

¿ Inicialmente, a principal atividade era a extração clandestina de madeira. Pessoas foram invadindo induzidas para a retirada das toras.

Mas a gerente afirma que, agora, o órgão está determinado a cumprir a lei. Segundo ela, não há 1.500 famílias fixadas no local, como dizem os ocupantes. Os números, afirma, são bem menores e ainda excluem as pessoas que apenas circulam, sem morar lá.

¿ O Incra está fazendo um levantamento.

O Ibama pretende firmar uma minuta de Termo de Ajustamento de Conduta com os ocupantes que provarem ser clientes da reforma agrária.

¿ Nossa proposta é separar o pequeno do grande. Só ficarão os clientes da reforma agrária, até que o Incra consiga um lugar para assentá-los, mas fora da área. Os demais terão de sair. Eles estão desafiando a lei e a ordem. Eles são manipulados pelos grandes, como uma escravidão branca. O desafio é tirar os grandes. Sempre houve placas no local, alertando que era reserva.