Título: Disputa entre petistas afeta coesão da base
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Fonte: O Globo, 23/01/2005, O País, p. 13

O PT comemora 25 anos no próximo dia 13, véspera da eleição do novo presidente da Câmara, enfrentando mais uma de suas crises internas. Dois petistas ¿ Luiz Eduardo Greenhalgh (SP), indicado pela bancada, e Virgílio Guimarães (MG), em candidatura avulsa ¿ disputam a vaga, numa briga que poderá levar o governo a uma derrota, prejudicando ainda a coesão da base aliada. Eles disputam a presidência da Câmara e o terceiro cargo na hierarquia da Presidência da República.

Azarão na disputa, porque não contava com a simpatia de líderes partidários nem de outros deputados da base aliada, Greenhalgh foi escolhido pela bancada do PT depois de dois dias de reuniões e debates, em dezembro. Inconformado com o processo e aproveitando-se da reação negativa dos outros partidos à escolha do PT, Virgílio rebelou-se e na semana passada formalizou sua candidatura avulsa afrontando o partido e o governo.

Além dos dois petistas, outros três deputados estão na disputa, como candidatos avulsos, para marcar posição política: José Carlos Aleluia (PFL-BA), Severino Cavalcanti (PP-PE) e Jair Bolsonaro (PP-RJ).

O principal argumento de Virgílio para contrariar seu partido e o Planalto é que o PT já teve candidatos avulsos e que ele tem o direito de lançar mão deste instrumento.

¿ O PT não tem qualquer resolução para coibir candidatura avulsa. Não sou candidato contra ninguém, estou oferecendo uma alternativa e vou dizer por que ela é melhor para o PT. Sou eu quem mais representa o espírito do PT dentro da Câmara ¿ disse Virgílio no lançamento da candidatura.