Título: CNI: produtividade industrial cresce 5,3%
Autor: Cássia Almeida
Fonte: O Globo, 26/01/2005, Economia, p. 21

Após três anos de estagnação, a indústria aumentou a produtividade em 2004. Segundo o documento Notas Econômicas, divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de produtividade das empresas, calculado com base na produção e pessoal empregado, subiu 5,3% de janeiro a novembro de 2004 sobre igual período no ano anterior. Os técnicos da CNI dizem que o reaquecimento doméstico elevou a produtividade. O resultado, combinado ao câmbio favorável, ajudou o país a ganhar competitividade no exterior.

Mas a CNI alerta que a produtividade terá de crescer nos próximos anos para o Brasil não perder espaço no exterior. Isso porque, com o real mais valorizado em relação ao dólar, as empresas devem ter mais produtividade para competir. A saída, diz a CNI, é investir. ¿A manutenção do crescimento da produtividade dependerá da continuidade do crescimento da economia e do nível de investimento¿, afirma o documento. Já o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) faz um alerta: o governo precisa evitar que a política de juros do Banco Central não prejudique os investimentos no país.

Projeção de emprego para o trimestre é a melhor desde 1987

A Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, realizada em janeiro pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e também divulgada ontem, mostra que o setor está em um ciclo de crescimento equilibrado que não deve ser interrompido nos próximos trimestres, apesar da leve acomodação dos últimos meses. O percentual de empresas que informaram estar crescendo sem maiores dificuldades, por exemplo, chegou a 57% do total. O resultado, o melhor desde o início da série histórica em 1969, surpreendeu a FGV.

Dos cerca de 20 indicadores analisados, só o de produção piorou em relação à pesquisa de outubro: 34% dos industriais acreditam em queda. Mas a FGV diz que o recuo é comum nesta época. Segundo o economista Aloisio Campelo, da FGV, a pesquisa mostrou um quadro ¿totalmente compatível com o crescimento¿ e livre de riscos de superaquecimento. O uso da capacidade instalada recuou de 85,1% para 84,6%, com o investimento em expansão e acomodação da demanda. E o percentual dos que acreditam em alta dos preços baixou de 43% em janeiro de 2004 para 34% este mês. As projeções de emprego para o primeiro trimestre deste ano são as melhores desde 1987. Os que planejam demitir eram 17% em 2004 e agora, 12%.