Título: AGENDA POLÍTICA E DE NEGÓCIOS EM DAVOS
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Fonte: O Globo, 26/01/2005, Economia, p. 19

O Brasil tentará se tornar uma das principais atrações para os investidores que estarão presentes no Fórum Econômico Mundial (FEM), que será realizado em Davos, na Suíça, a partir de amanhã. Num contexto internacional marcado pela catástrofe das tsunamis na Ásia, conflitos no Oriente Médio e um difícil processo político no Iraque, a América Latina não deverá estar nas principais agendas de discussão. Mesmo assim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é esperado como uma estrela do evento.

¿ Vivemos em uma época em que a maioria dos problemas que enfrentamos são de natureza global, e sua solução é impossível fora de um contexto de cooperação internacional que inclua todas as regiões do mundo ¿ disse Augusto López-Claros, diretor do FEM, responsável pelo relatório de competitividade global. ¿ Não é factível enfrentar com efetividade os problemas do meio ambiente sem a participação ativa do Brasil, ou falar de pobreza e da necessidade de políticas que atenuem a correção da distribuição de renda sem ter a América Latina na mesa de negociação.

Após sua ausência no ano passado, Lula regressa à Suíça com o primeiro escalão de seu governo e um duplo objetivo: fazer ouvir a voz dos países em vias de desenvolvimento e atrair investidores para o Brasil.

Se, em relação ao primeiro, Lula contará com o apoio do presidente francês, Jacques Chirac ¿ que viaja ao FEM pela primeira vez para relançar a idéia de um imposto mundial a favor dos países pobres ¿ para o segundo, o Brasil decidiu lançar uma megaoperação para seduzir o empresariado.

Para isso, Lula irá a Davos com seus ministros Antonio Palocci (Finanças), Luiz Fernando Furlan (Indústria), José Dirceu (Casa Civil) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.