Título: INGLÊS AINDA É UM OBSTÁCULO NA PROVA
Autor:
Fonte: O Globo, 30/01/2005, O País, p. 8

A partir deste ano, o inglês perderá seu caráter eliminatório justamente para facilitar a admissão na carreira diplomática. A medida causou polêmica, mas nem por isso o idioma deixará de ser obstáculo. O candidato tem de fazer uma tradução, um resumo e uma redação de 350 a 400 palavras (três a quatro páginas) em inglês. Ou seja, o candidato deve conhecer e saber se expressar com fluência na principal língua do comércio e das relações internacionais.

Neste funil, o candidato ainda é submetido a provas discursivas de português e inglês. O português é eliminatório. O candidato tem que acertar, no mínimo, 60% das questões. Para Sara Walker, é provável que o nível do inglês dos candidatos ao Itamaraty diminua em relação ao parâmetros em vigor, mas ainda assim permanecerá alto.

- Quem tem o nível básico não adianta se aventurar. O iniciante não consegue nota acima de zero no concurso se não tiver domínio da língua - diz a professora.

- O concurso para o Rio Branco é mais difícil do que o concurso para juiz - afirma o diplomata João Batista da Costa, coordenador do JB, curso exclusivo para candidatos ao Itamaraty.

Subir na carreira diplomática também não é fácil. O candidato aprovado tem que fazer um curso de dois anos no Rio Branco e aprofundar os estudos de inglês, francês, espanhol e pelo menos uma quarta língua optativa (alemão, árabe ou russo, entre outras). O curso equivale a um mestrado e o candidato tem que escrever uma tese. Somente a partir daí é que ele entra para a carreira diplomática como 3º secretário. Até chegar a ministro e entrar no quadro de acesso a embaixadores, os diplomatas têm que fazer um curso de aperfeiçoamento profissional e escrever uma tese, equivalente a um doutorado.