Título: FGTS-Vale: o mais rentável em janeiro
Autor: Patricia Eloy
Fonte: O Globo, 01/02/2005, Economia, p. 21

A expectativa de um forte reajuste nos preços do minério de ferro fizeram do FGTS-Vale do Rio Doce a aplicação mais rentável de janeiro. Quem investiu parte dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em ações da empresa teve, no primeiro mês do ano, um ganho líquido (já descontado o Imposto de Renda) de 6,82%. No mesmo período, a Bolsa de Valores de São Paulo recuou 7,05% ¿ a pior aplicação do mês.

Há pouco mais de uma semana, a Vale informou que planeja negociar com seus clientes um reajuste no preço do minério de 90%. Analistas de mercado esperavam um aumento de até 40%. O reajuste nos preços do minério ocorre uma vez por ano, no primeiro trimestre. De acordo com Bernardo Lobão, analista do setor de mineração e siderurgia da ARX Capital Management, os mais otimistas acreditam numa correção de até 60%:

¿ Qualquer que seja este percentual, certamente ficará acima da média dos últimos 30 anos, de cerca de 20%. Para o acionista, a notícia não poderia ser melhor. A estimativa é de que a empresa tenha encerrado 2004 com um lucro de US$ 2,4 bilhões. Se o reajuste ficar em 40%, por exemplo, o lucro da empresa deve aumentar em 80%, chegando a US$ 4 bilhões. Tudo isso significa mais retorno para os acionistas, o que causou a alta dos papéis na Bolsa ¿ avalia Lobão.

Na contramão do FGTS-Vale, o FGTS-Petrobras ¿ embora tenha tido um desempenho superior ao da Bolsa no período ¿ teve rendimento negativo de 0,73% no mês, perdendo da inflação e da poupança. Em janeiro, o IPCA-15 teve variação de 0,68%, exatamente o mesmo percentual da rentabilidade da poupança.

Juros altos impulsionam ganhos de DI e Renda Fixa

¿ Se observarmos a queda de mais de 7% da Bolsa, as ações da Petrobras tiveram um excelente desempenho no mês. O papel deve ter bons ganhos em 2005: até março entram em operação duas novas plataformas, que aumentarão a produção em 14% ¿ diz Luiz Otávio Broad, analista da corretora Ágora Senior.

Os juros nas alturas ¿ a taxa básica Selic está em 18,25% ao ano ¿ beneficiou aplicações em fundos DI, de Curto Prazo e Renda FIxa, que renderam, respectivamente, 1,19%, 1,17% e 1,13% no mês.