Título: Europeus elogiam pleito
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Fonte: O Globo, 01/02/2005, O Mundo, p. 24

Mesmo países contrários à guerra no Iraque, como Alemanha e Rússia, consideraram as eleições no país um sucesso, num sinal de que as relações entre a Europa e os Estados Unidos tendem a superar o esfriamento dos últimos anos, semanas antes de o presidente George W. Bush visitar o continente.

O presidente da França, Jacques Chirac, que liderou uma campanha contra a guerra, telefonou a Bush para dizer que o pleito foi ¿um passo importante na reconstrução política¿ do país. Em Moscou, o presidente Vladimir Putin determinou a seus ministros que trabalhem pela estabilização do Iraque. Já o ministro do Exterior da Alemanha, Joschka Fischer, declarou que seu país continua a acreditar que estava certo em se opor à guerra, mas que preferia olhar para a frente.

¿ Deveríamos enfrentar juntos o desafio de pôr o Iraque numa posição democrática estável ¿ disse em Bruxelas.

As declarações dos três países, chamados de coalizão ¿non-nein-nyet¿, demonstra a reaproximação entre EUA e Europa. A reconciliação deve ser selada quando Bush visitar a Otan e a União Européia no fim do mês, em sua primeira viagem internacional do segundo mandato.

Principal aliado dos EUA, o premier britânico, Tony Blair, considerou a participação dos iraquianos animadora. A declaração foi reforçada pelo presidente do Parlamento Europeu, Josep Borrell, que assim como Javier Solana, alto representante de política externa da UE, destacou a necessidade de todos os segmentos iraquianos participarem do processo político.

No mundo árabe, vários governos manifestaram suas esperanças de que o pleito traga paz e soberania ao país. O Irã considerou a votação um triunfo sobre os ataques, enquanto o rei Abdullah II, da Jordânia, declarou-se otimista.