Título: Entre choro e rap, Lula prefere Zeca Pagodinho
Autor: Luiza Damé e Demétrio Weber
Fonte: O Globo, 02/02/2005, O País, p. 4
Entre um grupo de choro e um rapper, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria mesmo era ouvir Zeca Pagodinho. Após a solenidade de lançamento da Política Nacional para a Juventude, Lula disse a alunos de chorinho da Escola Portátil de Música, um projeto do Instituto Jacob do Bandolim, que, se tivesse conversado com eles antes, pediria para que tocassem uma música de Zeca Pagodinho. Lula não soube dizer o nome da canção; disse apenas que a música narra a vida na periferia.
Constrangido, Tadeu Santinho, um dos integrantes do grupo, admitiu que o grupo não saberia tocar Zeca Pagodinho se o presidente insistisse. O grupo, que tocou Pixinguinha, reúne jovens músicos de Cordeiro (RJ).
¿ O presidente disse que no avião assistiu a um DVD do Zeca Pagodinho e quase pediu para que tocássemos uma música dele ¿ contou Tadeu.
O rapper MV Bill, que participou da cerimônia, não cantou, apenas fez discurso sobre a situação do jovem. Entre 1.000 e 1.300 pessoas participaram da cerimônia, lotando o Salão Nobre do Palácio do Planalto, criando dificuldades para a segurança. O presidente foi cercado por jovens e por petistas que queriam tirar fotos e pedir autógrafos.
Tanta gente reunida acabou confundindo a segurança. A secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, foi barrada na área reservada a Lula, embora diversos visitantes tenham entrado no espaço.