Título: ADIADO PARA JUNHO LEILÃO DE NOVAS HIDRELÉTRICAS
Autor:
Fonte: O Globo, 02/02/2005, Economia, p. 23

O Ministério de Minas e Energia decidiu adiar para junho o leilão para a construção de novas usinas hidrelétricas previsto para abril ¿ a chamada energia nova. O secretário-executivo, Maurício Tolmasquim, disse que antes disso será licitada a energia para 2008 e parte de 2009, ofertada por usinas já construídas ¿ a energia velha. Além disso, também foi reduzida a quantidade de megawatts (MW) que serão licitados. A proposta inicial era de 17 usinas com 2.829MW de capacidade, que representariam, durante toda a fase de implementação, investimentos de R$8,6 bilhões.

Agora, serão leiloados 2.200MW, produzidos, portanto, por menos usinas. Tolmasquim, no entanto, não soube precisar quantas. O governo quer apenas ver se a demanda será coberta pelos leilões de energia velha.

O secretário garante que não há problemas na concessão de licenciamento ambiental. Mas, dos 17 novos empreendimentos que estavam previstos para serem licitados, 16 ainda estão dependendo da certificação: três precisam da licença ambiental do Ibama e o restante, da dos órgãos ambientais de Goiás, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

Secretário admite que prazo pode ser prorrogado

Desde agosto do ano passado, há um alerta geral sobre o entrave que a licença ambiental representaria à expansão do setor elétrico. Tolmasquim disse ainda que cinco novas usinas hidrelétricas poderão ser incluídas na licitação de dezembro, com um total de 1.648MW.

¿ Vai haver leilão em junho de energia nova para (entrega em) 2009. Existem usinas suficientes com licenciamento ambiental para 2009. O governo conseguiu licenciar usinas que seriam necessárias para haver o leilão ¿ afirmou o secretário.

Apesar de dizer que será pouco provável, Tolmasquim afirmou que existe a possibilidade de a licitação de energia nova acontecer somente em dezembro. Isso ocorreria caso o leilão de energia velha atendesse a toda a demanda de 2009. Neste caso, o governo realizaria um único leilão para a construção de novas usinas em dezembro, para a entrega de energia em 2010.

Um dirigente de empresa do setor de energia acredita que o leilão foi adiado por duas razões. A primeira delas, a questão ambiental. Para ele, ter solidez na licença prévia é de fundamental importância. A outra razão é porque a Empresa de Pesquisa Energética ainda não concluiu os estudos sobre o custo da energia das novas usinas.