Título: PT e PFL: acordo para segundo turno
Autor: Gerson Camarotti e Ilimar Franco
Fonte: O Globo, 04/02/2005, O País, p. 3

O PT e o PFL fizeram um acordo para a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados: caso haja segundo turno, os votos da bancada pefelista irão para o candidato oficial do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP). O acordo, antecipado ontem pela colunista Tereza Cruvinel, teve o aval do Palácio do Planalto. A aliança com o PFL ganhou força depois de o candidato avulso Virgílio Guimarães (PT- MG) selar um pacto político com o secretário de Governo do Rio, Anthony Garotinho, que assegurou 30 votos para o petista rebelde.

O pacto Virgílio-Garotinho aproximou o prefeito Cesar Maia, um dos líderes do PFL e adversário regional de Garotinho, do deputado Greenhalgh. O candidato oficial do PT esteve no Rio esta semana e visitou o prefeito. No mês passado, o presidente do PT, José Genoino, encontrou-se com o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), com o mesmo objetivo.

Inicialmente, o Palácio do Planalto queria a retirada da candidatura do líder do PFL, deputado José Carlos Aleluia (BA). Aleluia também é candidato avulso. Caso representasse o PFL, o partido perderia a condição de indicar representantes na chapa oficial. Como Aleluia não desistiu, porque quer marcar posição política, os dois partidos fizeram um acordo para o segundo turno.

¿ Vou até o fim. Mas existe um clima de grande respeito entre eu e Greenhalgh. Vou até o fim da campanha respeitando a candidatura oficial, como eles respeitam a candidatura de oposição ¿ disse Aleluia.

Genoino negou uma aliança política com o PFL, mas admitiu o que chama de relacionamento institucional, em que os partidos respeitam a tradição e o princípio da proporcionalidade. Por esse princípio, o maior partido na Câmara, no caso o PT, indica o candidato a presidente.

¿ Nosso relacionamento com a direção do PFL é institucional. Isso facilita as nossas conversações ¿ explica Genoino.