Título: SP E RIO TÊM MAIS JOVENS DESEMPREGADOS
Autor: Demétrio Weber
Fonte: O Globo, 03/02/2005, O País, p. 4

O Rio de Janeiro é a segunda capital brasileira com maior número de jovens entre o público-alvo do Programa Nacional de Inclusão de Jovens, o ProJovem, lançado anteontem pelo presidente Lula. Há no Rio 126.394 desempregados entre 18 e 24 anos, com escolaridade mínima até a 4ª série, mas sem ter concluído o ensino fundamental. É o que mostra levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado ontem pela recém-criada Secretaria Nacional de Juventude.

O ProJovem vai atender até o fim do ano 200 mil pessoas nas 27 capitais brasileiras. Isso equivale a apenas 20% do total de um milhão de jovens de baixa escolaridade em condições de ser beneficiados nas 27 capitais brasileiras. Nos próximos meses, o governo abrirá inscrições em parceria com as prefeituras. Onde a procura for maior do que o número de vagas, o critério será o sorteio.

Rio tem 12% do total de jovens de baixa escolaridade

O Rio concentra 12% do total de jovens que formam o público alvo do ProJovem. Só está atrás de São Paulo, onde vivem 241 mil desempregados, 23% do total, na faixa de 18 a 24 anos e com baixa escolaridade.

A coordenadora do ProJovem, Maria Inês Feres, disse que ainda não está definida a cota de cada capital. Ou seja, não se sabe quantos jovens serão atendidos no Rio e nas demais capitais, o que depende dos convênios que forem firmados com as prefeituras. Maria Inês começará a procurar os prefeitos depois do carnaval.

O ProJovem vai oferecer ensino fundamental, profissionalizante, curso de informática e bolsa de R$100 por mês durante um ano, exigindo que os estudantes se envolvam em atividades comunitárias como contrapartida. Os alunos terão noções de inglês, deverão ser capazes de criar uma página na internet e, além das disciplinas tradicionais, como português e matemática, terão aulas de arte e atividades culturais. Ao final, farão um teste nacional para ganhar o certificado de conclusão da 8ª série. A idéia é dar condições para que os alunos ingressem no mercado de trabalho.

¿ É um projeto inovador. Estamos lidando com uma população vulnerável e precisamos ter uma dinâmica que atenda suas necessidades e angústias ¿ disse Maria Inês, enfatizando que haverá uma rede de supervisão das aulas.

O governo federal vai bancar a contratação de cerca de 9.500 professores e pagará o auxílio de R$100 mensais a cada aluno.