Título: JUIZ SUSPENDE ATIVIDADE DA SCUDERIE LE COQ NO ES
Autor:
Fonte: O Globo, 03/02/2005, O País, p. 11
Célebre nas últimas quatro décadas, o símbolo com uma caveira e duas tíbias está condenado a desaparecer para sempre no Espírito Santo. O juiz Alexandre Miguel, da 4ª Vara da Justiça Federal, de Vitória, determinou a suspensão de todas as atividades da Scuderie Detetive Le Coq no Espírito Santo. O juiz atendeu a um pedido do Ministério Público Federal, que havia ingressado na Justiça há dois anos sob a alegação de que a organização tem natureza paramilitar. A entidade ainda pode recorrer.
Acusado de grupo de extermínio, a Scuderie Le Coq teve o nome ligado ao crime organizado no estado nos últimos anos. Segundo a denúncia do Ministério Público, a Le Coq fazia apurava por conta própria crimes em que supostos associados estariam envolvidos para assegurar-lhes impunidade.
A sentença do juiz Alexandre Miguel foi dada no dia 5 de novembro de 2004, mas só na semana passada foi comunicada ao governo do estado pedindo que alertasse os funcionários públicos, principalmente na área policial, para a proibição dos símbolos da Le Coq, como adesivos, chaveiros, bonés, sob pena de multa.
Criada no Rio nos início dos anos 60 em homenagem ao detetive Milton Le Coq, morto pelo bandido Cara de Cavalo, a Scuderie logo se estabeleceu também no Espírito Santo. Na ditadura militar, teve 800 sócios entre policiais civis e militares, advogados, delegados de polícia, juízes, promotores e políticos.