Título: FORÇA SINDICAL ESTÁ CONTRA A MP 232
Autor:
Fonte: O Globo, 03/02/2005, Economia, p. 29

A Frente Brasileira contra a Medida Provisória 232, que aumenta a base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para as empresas prestadoras de serviço, ganhou ontem o reforço da Força Sindical. A idéia dos organizadores do movimento é conseguir a adesão de cerca de 1.500 entidades de classe até o próximo dia 15 de fevereiro, quando ocorrerá um encontro de todos os integrantes da frente em São Paulo para a assinatura de um manifesto de repúdio à medida, que será entregue ao novo presidente da Câmara dos Deputados no dia 17.

¿ Nós estamos nos sentindo traídos pelo governo e precisamos dar um basta. Será que eles acham que as pessoas são loucas, que optaram por não ter carteira assinada e por isso são prestadoras de serviço? Claro que não, se não têm carteira é porque perderam o emprego e tiveram que se adaptar ¿ disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, Paulinho.

Segundo ele, o governo poderia lançar mão de outras alternativas para equilibrar suas contas, em vez de buscar no bolso do trabalhador os recursos de que precisa.

¿ Por que eles não cobram mais impostos dos bancos? Os jornais estão cheios de notícias sobre os lucros dos bancos e eu não vejo nenhuma medida para taxar o sistema bancário ¿ sugeriu o presidente da Força.

Associação Comercial de SP prevê mais informalidade

De acordo com o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Guilherme Afif Domingos, um dos idealizadores da frente contra a MP 232, a medida vai fazer com que mais pessoas trabalhem na informalidade.

¿ Quase 60% da população economicamente ativa do país está na clandestinidade. O cidadão não consegue viver dentro da lei, então vive fora dela. E se nós aceitarmos isso, a situação vai piorar porque o governo é um saco sem fundos, não há o que acalme essa fúria arrecadatória ¿ disse Afif.

Além do manifesto de repúdio, a Frente Brasileira conta a MP 232 vai distribuir nos próximos dias, em todo o país, uma cartilha mostrando à população os prejuízos sofridos pelo setor de serviços.