Título: PETROBRAS TESTA EXTRAÇÃO SEM USO DE PLATAFORMAS
Autor:
Fonte: O Globo, 03/02/2005, Economia, p. 30

As reservas gigantes de gás do campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, poderão ser as primeiras da Petrobras a entrar em produção sem a necessidade do uso de plataformas. A empresa está desenvolvendo um conceito chamado subsea to shore (do fundo do mar para a terra). No caso de Mexilhão, os poços perfurados serão ligados a um sistema de válvulas e depois aos dutos que levarão o gás até uma unidade de processamento, provavelmente no terminal de São Sebastião, em São Paulo.

O conceito vem sendo estudado por diversas empresas para aplicação no Mar do Norte e no Golfo do México. Segundo o coordenador do Programa Tecnológico em Sistemas de Exploração em Águas Ultraprofundas da Petrobras, Jacques Saliés, a tecnologia poderá gerar uma economia de até 75% para a empresa quando adotado no Brasil. Saliés estima que o custo da instalação de um projeto subsea to shore, vencidas todas as barreiras tecnológicas e para aplicações específicas, poderá chegar um quarto do valor de uma plataforma convencional.

A adoção dessa nova tecnologia poderá viabilizar a produção em campos menores, já que não será mais necessária a instalação de uma plataforma em cada um deles, o que acaba custando caro para a Petrobras. Segundo Saliés, o subsea to shore será testado aos poucos em diferentes campos da estatal.

Em campos de produção de petróleo, o subsea to shore seria aplicado por meio da instalação de três módulos integrados no fundo do mar ¿ o que deverá acontecer até 2010. Até lá, a Petrobras vai testar cada um dos equipamentos individualmente. O módulo do separador submarino de água e óleo, por exemplo, deverá ser aplicado no campo de Marlim, na Bacia de Campos, em 2007.