Título: FMI: MISSÃO APROVA REVISÃO DE ACORDO COM PAÍS
Autor:
Fonte: O Globo, 04/02/2005, Economia, p. 25

O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Charles Collyns, disse ontem que vai recomendar à diretoria executiva da instituição a aprovação da última revisão do atual acordo de ajuda financeira ao Brasil. Se aprovada, ela dará ao governo a possibilidade de sacar uma parcela de US$1,3 bilhão do acordo de US$14,8 bilhões com o FMI.

Collyns disse que o Fundo está muito satisfeito com o desempenho da economia brasileira e com a força da política econômica. Segundo ele, as reformas estruturais que foram feitas nos últimos meses, e que continuam sendo prioridade do governo, são importantes para manter o crescimento sustentado no país.

- Ficamos muito impressionados com a força da política macroeconômica brasileira e também satisfeitos com o progresso das reformas estruturais que foram feitas nos últimos meses. O governo continua levando em frente uma agenda de reformas muito ambiciosa que é importante para manter o crescimento da economia - disse Collyns.

O chefe da missão do FMI participou ontem de uma reunião no Ministério da Fazenda com o ministro Antonio Palocci e com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Renovação depende de decisão do governo

Ao ser perguntado sobre se a economia corria algum risco, o chefe da missão afirmou:

- A economia brasileira está se saindo extremamente bem e sendo bem administrada.

Collyns disse também que cabe ao governo brasileiro decidir se quer renovar o acordo com a instituição e que espera que a decisão seja tomada até março, quando termina o atual programa do país com o FMI.

- O governo tem que analisar se quer buscar tal arranjo (a renovação do acordo). Você precisa perguntar para o ministro quando ele vai decidir isso. O atual acordo termina em março, então, esperamos que a decisão seja tomada até lá - afirmou o chefe da missão do FMI.

Palocci também não quis adiantar a posição do governo brasileiro. Pouco antes de deixar o Ministério da Fazenda para embarcar para Londres, onde participa como convidado da reunião do G-8, ele afirmou que só vai analisar a possibilidade de renovar o acordo em março.

A missão do Fundo deixa o Brasil hoje depois de uma semana de reuniões com representantes do Banco Central e de vários ministérios como Fazenda, Planejamento, Previdência e Desenvolvimento.