Título: Formação de quadrilha no assentamento
Autor: Letícia Lins
Fonte: O Globo, 10/02/2005, O País, p. 5

O delegado regional de Palmares, Antônio Carlos Gomes, instaurou ontem inquérito policial para apurar o incidente que ocorreu em Quipapá e, segundo ele, os militantes do MST que participaram da ação podem ser indiciados por homicídio, lesão corporal, cárcere privado e formação de quadrilha, caso se constate que pessoas ligadas a roubos de carga e outros crimes na região estivessem participando de reuniões no assentamento.

Entre os projéteis deflagrados e recolhidos pela polícia no local do crime foi encontrado um cujo calibre não é o mesmo das armas que a PM alega portar. Para o delegado, isso pode indicar presença de armas de fogo entre os moradores do Bananeiras.

Quando os três policiais chegaram ao assentamento, os militantes do MST os renderam e tomaram suas armas: uma metralhadora, um fuzil 762, e pistolas calibre 40 e 380. Os sem-terra ouvidos pelo GLOBO no assentamento disseram que os policiais tinham também espingardas. Ontem o delegado tentava localizar dirigentes do MST para ouvi-los no inquérito.

¿ Vamos pedir que eles os tragam até a delegacia. Preferimos não ir lá para evitar incidentes em Quipapá ¿ disse o policial.

O coordenador regional do MST, Jaime Amorim, entregou ontem ao Incra e à polícia uma relação com 12 nomes que, segundo ele, pertencem ao grupo de Ricardo, para que sejam investigados e excluídos dos benefícios do governo, se ficar comprovada sua culpa.