Título: INDÚSTRIA DO RIO GANHA PRODUTIVIDADE
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Fonte: O Globo, 08/02/2005, Economia, p. 13
O Rio saiu na frente no aumento de produtividade obtido pela indústria de transformação brasileira nos últimos três anos. Um estudo da Federação das Indústrias Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que, entre 2002 e 2004, a produtividade no parque fabril nacional cresceu 11,8%. No Rio, o avanço foi de 23,7%. Os dados consideram o quanto a produção aumentou em relação à expansão do número de horas trabalhadas na indústria. Como o total produzido subiu mais do que o tempo de trabalho, na prática, um mesmo funcionário produz hoje mais do que há três anos. Ou seja, a produtividade cresceu.
Em 2002 e 2003, a eficiência da indústria nacional aumentou, mas à custa de cortes no emprego. O número de trabalhadores no setor recuou 1% em 2002 e 0,7% em 2003, segundo a pesquisa mensal do IBGE. Mas, em 2004, o ganho de produtividade ocorreu em meio à expansão do mercado de trabalho. O emprego cresceu 1,7% até novembro (últimos dados disponíveis).
O estudo da Firjan, com base nas estatísticas do IBGE, mostra que o Rio esteve à frente do Brasil nos últimos três anos. Só em 2004, o ganho de eficiência da indústria de transformação fluminense foi de 8,8%, contra 6,3% da média nacional.
- Maior produtividade significa melhor utilização dos insumos disponíveis. É uma combinação de maior mecanização e de melhora na qualidade da mão-de-obra - diz o assessor-adjunto de Pesquisas Econômicas da Firjan, Cristiano Prado.
Produtividade maior apesar de expansão mais lenta
A indústria fluminense conseguiu aumentar sua produção mesmo crescendo a um ritmo mais lento do que a média nacional. Entre janeiro e novembro, o parque fabril do Rio viu sua produção crescer só 2,2%, contra 8,3% da média nacional.
Cristiano Prado explica que alguns segmentos mais dinâmicos da indústria fluminense foram responsáveis por elevados ganhos de produtividade. Na metalurgia básica, por exemplo, o avanço foi de 52,8% nos últimos três anos. Em 2004, a maior expansão de eficiência foi registrada na indústria de alimentos e bebidas: 14,8%.
- Neste setor, a produtividade caiu na média nacional (-7,22%), mas cresceu no Rio - afirma Prado.
Para o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, os números comprovam o potencial da indústria fluminense:
- Do muro para dentro das fábricas, o Rio está fazendo o seu dever de casa.