Título: PF ABRE INQUÉRITO PARA INVESTIGAR CONFEDERAL, EMPRESA DE EUNÍCIO
Autor:
Fonte: O Globo, 11/02/2005, O País, p. 4
A Polícia Federal abriu inquérito para investigar se houve superfaturamento de notas fiscais na prestação de serviços da Confederal para a Caixa Econômica Federal (CEF). A Confederal é uma empresa de segurança e pertence ao ministro da Comunicações Eunício Oliveira, que no entanto está afastado de sua direção. A informação sobre as notas consta de um relatório enviado pela direção da PF ao Ministério da Justiça.
O documento, de três páginas, é um levantamento das investigações sobre os negócios suspeitos de Waldomiro Diniz, ex-chefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil. No próximo domingo, o caso completará um ano, desde que foi tornado público pela revista ¿Época¿.
No relatório, a PF informa ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, todas as providências adotadas a partir do surgimento das denúncias contra Waldomiro. Uma delas resultou na abertura de um inquérito específico para investigar a prestação de contas da Confederal à Caixa. ¿O inquérito foi instaurado para apurar denúncia de que servidores da Caixa Econômica Federal teriam superfaturado notas fiscais de prestação de contas de serviços da empresa Confederal¿, diz o relatório.
Notas superfaturadas para comprar itens de escuta
Pelas informações preliminares, os preços foram aumentados ¿com a finalidade de compra de equipamentos de escuta telefônica¿. O relatório não informa quem comprou os equipamentos para grampear telefones. Pela legislação em vigor, as escutas telefônicas só podem ser feitas pela polícia e mediante autorização judicial.
Nos demais trechos do relatório, a direção da PF informa que as investigações específicas sobre o caso Waldomiro estão a cargo do delegado Nilton Souza Siqueira. Ele substituiu o delegado César Nunes no início desde ano. Nunes deixou o comando do inquérito depois que o Ministério Público rejeitou suas conclusões sobre a suposta interferência de Waldomiro na renovação do contrato de R$650 milhões da Caixa com a Gtech do Brasil.
O inquérito sobre Waldomiro foi encerrado e reaberto duas vezes. Meses depois do início das investigações, o procurador da República Marcelo Serra Azul apresentou denúncia contra Waldomiro e dirigentes da Caixa. A denúncia foi rejeitada e o inquérito, reaberto. Em dezembro, Nunes apresentou relatório final com o indiciamento de Waldomiro, do empresário Rogério Buratti e do jornalista Mino Pedrosa. O MP pediu o prosseguimento das investigações.