Título: EMBRAPA DIVIDE EMBRIÃO E CONSEGUE DESENVOLVER DUAS POTRAS SAUDÁVEIS
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Fonte: O Globo, 11/02/2005, Ciência e Vida, p. 28

A Embrapa anunciou ontem o nascimento das duas primeiras potras desenvolvidas no Brasil a partir da técnica de bipartição de embriões. Os animais foram desenvolvidas a partir de um único embrião, mas geradas em úteros de duas éguas receptoras. O embrião foi dividido em duas partes iguais, posteriormente transferidas para as mães de aluguel.

As gêmeas foram batizadas de Branca, que nasceu no dia 23 de dezembro, e Neve, nascida em 4 de janeiro. A pesquisa foi desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília.

De acordo com a Embrapa, a técnica de bipartição de embriões representa uma vitória para o país porque irá permitir aumentar o número de descendentes de animais de alta qualidade com mais rapidez e eficiência.

O coordenador de pesquisas de reprodução animal da Embrapa, Rodolfo Rumpf, afirmou que a técnica será importante principalmente para a preservação de eqüinos no país. Segundo ele, a bipartição de embriões pode se tornar uma alternativa viável para aumentar o número de potros filhos de animais excepcionais.

Esta não foi a primeira vez que a Embrapa utilizou a técnica de bipartição de embriões, mas só foram obtidos bons resultados em pesquisas envolvendo bovinos e caprinos. Foi a primeira vez que os pesquisadores conseguiram resultados positivos com eqüinos. Antes, foram feitas tentativas, mas sem sucesso.

- Na maioria das vezes, apenas uma das gestações chegava ao fim - afirmou Rumpf.

O coordenador da Embrapa explicou ainda que o êxito obtido dessa vez deve-se ao fato de os pesquisadores terem trabalhado com embriões recentes, o que foi decisivo para o nascimento saudável de Branca e Neve.

A pesquisa que originou as duas potras gêmeas foi desenvolvida a partir de uma tese de mestrado defendida pelo bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Leonardo Luiz da Silveira, na Faculdade de Agronomia e Veterinária da Universidade de Brasília.

O trabalho chegou a ser premiado como "Destaque do Ano" na área aplicada, durante a XVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões (SBTE), em agosto do ano passado. O prêmio recebeu a inscrição de 400 pesquisadores.