Título: GOVERNO NÃO INTERVIRÁ EM VASP E VARIG
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Fonte: O Globo, 15/02/2005, Economia, p. 25

O governo não fará uma intervenção na Vasp e na Varig e considera a recém-sancionada Lei de Falências o caminho ideal para sanear as empresas, disse ontem o presidente em exercício e ministro da Defesa, José Alencar, depois de se reunir com representantes dos trabalhadores do setor. Parte da reunião teve a participação do comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno, e do diretor do Departamento de Aviação Civil (DAC), Jorge Godinho. Segundo Alencar, a Vasp e a Varig precisam se adaptar à nova lei e buscar parceiros para implementar um programa de recuperação ¿ de acordo com as regras de mercado, sem imposição do setor público.

¿ As companhias têm que aproveitar essa oportunidade e procurar uma solução empresarial. Não há mais condições de o Estado fazer uma intervenção. A nova Lei de Falências abre espaço para que busquem uma assessoria, de preferência um banco com experiência de mercado, para orientá-las numa saída. Vamos abençoar bons negócios que sejam de interesse nacional, mas não vamos fazer negócio ¿ afirmou.

Alencar disse acreditar que a Vasp está tomando providências para não perder a concessão e que a renovação dependerá de análise do DAC. Mas a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, disse ontem, após a reunião, que o futuro da Vasp sem a intervenção é incerto.

¿ Não há como ficar otimista, a concessão expira em abril. Para recorrer à recuperação judicial a Vasp precisa existir. Resta saber se o governo vai garantir a renovação da concessão e dar tempo à Vasp.

Alencar prometeu marcar audiência com o ministro da Previdência, Amir Lando, para tratar da liquidação do Aeros (fundo de pensão da Vasp) e pedir que as outras companhias absorvam funcionários da Vasp em caso de falência.