Título: VARIG-TAM: ACORDO PODE ACABAR DE UMA SÓ VEZ
Autor: Érica Ribeiro
Fonte: O Globo, 16/02/2005, Economia, p. 29

O primeiro passo para o encerramento do code-share (compartilhamento de aeronaves) entre Varig e TAM foi dado ontem, com a entrega da proposta das empresas ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para encerrar o acordo firmado em março de 2003. Pela proposta, o compartilhamento deverá terminar em maio, e a tendência é que todas as rotas que fazem parte do code-share sejam desativadas de uma só vez.

- Acredito que a tendência seja desativar tudo de uma vez, já que para desativar gradualmente seria necessário fazer isso por região, o que seria mais difícil - disse ontem o vice-presidente da Varig, Alberto Fajerman.

O executivo da Varig afirmou que a proposta ao Cade é simples e prevê, sobretudo, que o governo dê tempo para que as duas empresas possam reformular suas malhas aéreas. Ele acredita que o órgão vai aprovar a proposta no dia 23, data marcada para que os conselheiros do Cade decidam sobre o fim do compartilhamento. A TAM não se pronunciou.

- Acredito que o Cade vai aprovar a proposta enviada hoje (ontem). A Varig tomou a decisão de inicialmente não aumentar a frota. Depois do dia 23 iremos ao Departamento de Aviação Civil (DAC) solicitar a reformulação da malha - disse Fajerman.

Acordo ajudou nos resultados de Varig e TAM

Outro ponto que faz parte da proposta diz respeito ao consumidor. De acordo com Fajerman, o tempo solicitado pelas empresas inclui o atendimento aos passageiros que compraram bilhetes antecipados dentro do acordo de compartilhamento.

- O objetivo é não deixar qualquer reserva de passagem descoberta - afirmou.

Farjerman considerou o code-share benéfico e gostaria que o acordo continuasse. Mas afirmou que o fim do compartilhamento não será prejudicial, porque o mercado está melhor hoje do que há dois anos. Segundo ele, quando o code-share começou, a taxa média de ocupação de vôos no setor era de 50%, e hoje está em 67%:

- O acordo foi bom para o resultado das empresas e não prejudicou o consumidor. Mas o fim não será uma tragédia.