Título: PT TEM NOVA DERROTA NA DISPUTA DA MESA
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Fonte: O Globo, 17/02/2005, O País, p. 11

O PT e o governo sofreram ontem uma nova derrota, com a eleição do pefelista José Thomaz Nonô (AL) para a primeira vice-presidência da Câmara, o cargo mais importante da Mesa depois do presidente Severino Cavalcanti (PP-PE). Os petistas tentaram eleger o deputado César Bandeira (PFL-MA), ligado ao senador José Sarney (PMDB-AP). Mas foi o até então líder da minoria e forte opositor do governo Lula, Thomaz Nonô, que venceu a disputa em segundo turno, com 253 votos contra 236 do adversário.

O vice-presidente não quis se posicionar sobre o prometido aumento de subsídio dos parlamentares feito por Severino.

- Vamos ver. Deixa começar a discussão na Casa. Tenho cautela com a antecipação dessas polêmicas - disse Nonô.

Embora todos digam que sua verve como líder da minoria, em dobradinha com Severino, pode dar trabalho ao governo, Nonô promete mais moderação.

- Tive votos de todos os espectros da Câmara. Tenho absoluta clareza de que minha função na Mesa é distinta da função de líder da minoria.

Aliado de Virgílio ganha cargo na Mesa

Na disputa pela vaga de quarto-secretário da Mesa, eleição também concluída ontem, foi eleito o deputado João Caldas (PL-AL), um dos principais articuladores da campanha dissidente do petista Virgílio Guimarães (MG). Caldas disputou com o candidato oficial do PL, Edmar Moreira (MG), e recebeu 236 votos, contra 223 de Edmar.

Com isso, a nova Mesa Diretora da Câmara terá uma predominância de representantes do Nordeste: além dos dois alagoanos eleitos ontem, dois pernambucanos - o presidente Severino Cavalcanti e o primeiro-secretário, Inocêncio Oliveira (PMDB); e o piauiense Ciro Nogueira, na segunda vice-presidência. Apenas um dos membros não é nordestino, o terceiro-secretário Eduardo Gomes (PSDB-TO).

- Tudo que vem do Nordeste é bom: charque, lampião, praias... Dessa vez ou a gente faz um apartheid ou não faz nunca mais. É a oportunidade de equilibrar este governo de paulistas e dar a chance aos nordestinos de mostrar se são competentes ou não - comemorou Caldas.

Para os dois cargos houve segundo turno e a eleição só foi decidida um dia depois da eleição do presidente.