Título: ACUSADOS MORAM EM MANSÕES EM BRASÍLIA
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Fonte: O Globo, 19/02/2005, O País, p. 3

Todos os acusados de envolvimento com a quadrilha internacional de tráfico presos em Brasília são de classe média e moram em mansões no Lago Norte, Lago Sul e Park Way, os endereços mais caros de Brasília. A polícia está agora em busca do publicitário Michelli Tocci, de 31 anos, apontado como o chefe da organização. Ele escapou ao cerco da polícia na BR-020, quando retornava a Brasília depois de uma viagem a São Paulo. Tocci teria sido informado da prisão dos cúmplices e, quando estava a 120 quilômetros de Brasília, mudou de rota e desapareceu. A Polícia Civil pediu o apoio da Polícia Federal para impedir a fuga de Tocci para o exterior.

¿ Os aeroportos estão avisados. O nosso esforço é impedir que ele fuja do país de carro. Aí é mais difícil a fiscalização ¿ afirmou o delegado Miguel Lucena, chefe da divisão de Comunicação Social da Polícia Civil.

O grupo movimentava R$500 mil por mês com a venda de comprimidos de ecstasy importados da Holanda. Eles são acusados de despejar entre 600 a mil comprimidos de ecstasy no mercado brasiliense e, provavelmente, em outras cidades do país. Pelos cálculos da polícia, cada comprimido era vendido por R$50 a R$70 em festas freqüentadas por jovens de classe média.

A polícia prendeu Ricardo Piquet Carneiro, Wladimir Bilotta, Marcelo Maghenzani e Sandra Gorayeb em Brasília. Leandro Caetano foi detido em Cristalina; Augusto César, em Florianópolis; e Marco Antônio Gorayeb em Fernando de Noronha. Gorayeb estava de férias, surfando em Fernando de Noronha, quando foi preso. Segundo a polícia, o estudante de direito Piquet Carneiro e o publicitário Michelli Tocci coordenavam a compra e a distribuição.

Sandra e Marco Antônio Gorayeb buscavam a droga na Holanda. Os demais repassavam a mercadoria para vendedores avulsos, que sequer suspeitavam da existência da organização. Todos foram indiciados em tráfico e associação para o tráfico internacional e estão sujeitos a penas que, se somadas, vão de três a mais de 20 anos de prisão. A polícia pretende pedir o confisco dos bens do grupo adquiridos com dinheiro de origem ilícita.