Título: Cesar Maia: da limonada ao limão
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Fonte: O Globo, 19/02/2005, Rio, p. 13

Vitorioso logo no primeiro turno em sua campanha pela reeleição, o prefeito Cesar Maia ganhou cacife político para tentar vôos mais altos. Em seguida, anunciou sua candidatura à Presidência da República e ajudou a eleger candidatos do PT no estado. Depois disso, porém, só se envolveu em polêmicas em que os cariocas saíram perdendo. Nos últimos três meses, Cesar já brigou com o Ministério da Saúde para devolver os hospitais municipalizados que enfrentam grave crise; e reclamou não ter dinheiro para organizar o Pan-Americano de 2007 por falta de apoio da União, tendo que recuar logo depois. Agora, no caso dos parques federais, incluiu a União na guerra do lixo, na qual enfrentava apenas o prefeito de Caxias, Washington Reis, aliado do secretário de Governo Anthony Garotinho.

Quase diariamente, surgem problemas. O ano começou com o fiasco da queima de fogos do réveillon e a suspeita que o excesso de fumaça tivesse sido provocado por produtos de má qualidade. Na última quinta-feira, um impasse em relação ao futuro do Autódromo levou ao cancelamento da etapa brasileira do GP de Motovelocidade.

¿ A impressão que o prefeito transmite é que Sua Excelência enlouqueceu e caminha para o suicídio político, perdendo seu cacife junto ao eleitorado. Ele tem tomado atitudes que o desgastam junto à população carioca, justamente num momento em que se lança candidato à presidência com todo o prestígio do PFL ¿ analisa a cientista política Lucia Hippolitto.