Título: CORPO DE FILHA DE CUBAS É ENCONTRADO
Autor: Janaína Figueiredo
Fonte: O Globo, 18/02/2005, O Mundo, p. 30

Seqüestrada em setembro, jovem foi morta por asfixia. Ex-presidente do Paraguai pagou resgate

Após 148 dias de suspense, a polícia paraguaia encontrou o cadáver de Cecília Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas, seqüestrada em 21 de setembro do ano passado. Segundo informações confirmadas pelo governo do presidente Nicanor Duarte Frutos, legistas encarregados do caso determinaram que Cecília, que tinha 32 anos, morreu asfixiada. Nos últimos dois meses, seis pessoas foram detidas acusadas de terem participado do seqüestro. Outras seis estão foragidas. De acordo com a Justiça paraguaia, os seqüestradores estão vinculados a partidos de esquerda do Paraguai e a grupos guerrilheiros, entre eles as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Cadáver estava em avançado estado de decomposição

O procurador-geral do Estado, Oscar Latorre, informou ontem que a filha de Cubas foi achada na noite de quarta-feira com uma fita de embalagem tapando-lhe a boca e o nariz. O cadáver estava em avançado estado de decomposição, o que levou as autoridades a afirmarem que ela foi assassinada há pelo menos 30 dias. O corpo estava escondido num poço subterrâneo numa casa no município de Nemby, próximo a Assunção. De acordo com investigações judiciais, a casa pertence a um integrante do partido Pátria Livre, cujo líder, Osmar Martínez, foi preso acusado de ser o autor intelectual do seqüestro.

- O governo afirma que o grupo que seqüestrou Cecília planejava realizar outros seqüestros e assaltos para provocar um clima de caos no país. Estamos todos em estado de choque - contou ao GLOBO a jornalista Susana Oviedo, do jornal "Última Hora".

Ontem Cubas, que presidiu o país de agosto de 1998 a março de 1999, esteve junto a sua ex-mulher e mãe de Cecília, Mirtha Gusinky, no velório da filha. A família chegou a pagar US$800 mil de resgate, montante que teria sido considerado insuficiente pelos seqüestradores que, segundo a imprensa local, pediam US$5 milhões.