Título: PESO MAIOR PARA EMPRESA QUE NÃO EXPORTA
Autor:
Fonte: O Globo, 22/02/2005, Economia, p. 22

Depois de recuar ligeiramente em 2003 (0,30 ponto percentual), a carga tributária voltou a crescer em 2004 e atingiu novo recorde histórico. Segundo estudo divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o peso dos impostos passou de 35,54% para 36,56% do PIB (a soma das riquezas produzidas pelo país), representando uma elevação de 1,02 ponto percentual.

Esta alta, porém, não foi igual para todos os contribuintes. De posse de dados do IBGE, Receita e Confaz, o IBPT comparou a carga tributária total do país e a carga sobre a parcela da atividade econômica voltada exclusivamente para o mercado interno ¿ ou seja, excluindo os ganhos dos setores exportadores. Resultado: pessoas e empresas voltados para o mercado tiveram de arcar com mais impostos do que os exportadores, que contam com imunidade ou isenção de alguns tributos.

Pelas contas do IBPT, enquanto a carga tributária em relação ao PIB total cresceu 1,02 ponto percentual em 2004, a carga só sobre o mercado interno avançou 1,63 ponto percentual (de 38,65% para 40,28%). O instituto foi mais longe e considerou os últimos dez anos (de 1995 a 2004). Para um aumento de 7,64 pontos percentuais da carga tributária total (de 28,92% para 36,56% do PIB), a do mercado interno subiu 10,28 pontos (30% para 40,28%).

¿ Em face do aumento significativo das exportações, o mercado interno brasileiro tem assumido o ônus do aumento da carga tributária ao longo dos anos. As exportações são indispensáveis para o crescimento da economia, mas o governo não pode continuar sobrecarregando aqueles que são responsáveis pela grande força de trabalho e consumo do país ¿ disse o presidente do instituto, Gilberto Luiz do Amaral.