Título: PREÇOS DOS REMÉDIOS PODEM SUBIR DE 7% A 8%
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Fonte: O Globo, 22/02/2005, Economia, p. 26

Faturamento das indústrias cresceu 17% em 2004 e governo decide o reajuste para este ano até 31 de março

Até 31 de março o governo anunciará o reajuste médio dos remédios para este ano. O índice seguirá a inflação acumulada em 12 meses, pelo IPCA, e pode ficar entre 7% e 8%, considerando as projeções de economistas para o índice em fevereiro. O último aumento foi autorizado em março de 2004 pela Câmara de Regulação dos Medicamentos (Cmed), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O índice médio foi de 5,7% e o máximo, de 6,2%.

O mercado de medicamentos em circulação no país abrange cerca de 15 mil apresentações. Os reajustes devem ser cumpridos apenas pelos que ainda têm preços monitorados pelo governo. Atualmente, cerca de 1.800 apresentações têm preços livres nas indústrias, por registrarem alta concorrência no mercado.

Preços dos analgésicos subiram 11,3% este ano

As pesquisas do IBGE mostram que os produtos farmacêuticos tiveram alta média de 6,95% em 2004, mas alguns grupos de medicamentos apresentaram reajustes bem acima do IPCA, que subiu 7,6%. Foram os casos dos materiais para curativo (11,9%); analgésicos e antitérmicos (11,3%); antigripais (9,1%); e vitaminas e fortificantes (8,45%).

As estatísticas da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Febrafarma) confirmam que os ventos voltaram a soprar a favor do setor. O faturamento nominal aumentou 17,6% de 2003 para 2004: passou de R$16,91 bilhões para R$19,89 bilhões. Desde 1997, as vendas cresceram 116%, contra 75,97% do IPCA.

O diretor de Administração da Anvisa, Luis Milton Veloso, esclareceu que o índice deste ano levará em conta também o fator entre os setores (aumentos de preços de embalagem, energia etc.) e o fator intra-setorial (média de altas por classes terapêuticas). A proposta de resolução para a fixação do reajuste deverá ser aprovada ainda esta semana pelo Conselho de ministros.

¿ Já fizemos uma reunião técnica com representantes dos laboratórios. Mas analisaremos as planilhas com os pedidos de aumentos após sair o IPCA de fevereiro, quando então poderemos fazer nossos cálculos ¿ explicou Veloso.