Título: GAROTINHO DIZ QUE VIVE FAVORITISMO
Autor: Maiá Menezes
Fonte: O Globo, 02/02/2006, O País, p. 9
Pré-candidato do PMDB à Presidência deixa o governo, rumo às prévias
Sete quilos e meio mais magro e bronzeado, depois de uma temporada de quatro dias em um spa, o pré-candidato do PMDB Anthony Garotinho deixou ontem a Secretaria de Governo com discurso de candidato: considera que seu nome já decolou e enxerga favoritismo em sua campanha para convencer os 20 mil delegados do partido nas prévias marcadas para o dia 19 de março. Garotinho disse que o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, entrou atrasado na disputa.
¿ Meu favoritismo no partido se deve a dois fatores: a eu estar trabalhando há mais tempo e porque os peemedebistas querem disputar para ganhar¿ disse o ex-governador, que não vê chance de acontecer o mesmo que houve com Ulysses Guimarães e Orestes Quércia, que foram abandonados em sua campanha à Presidência pelos principais líderes do partido.
¿ Eu sou um pragmático. Candidatura quando decola ninguém abandona. Quando não decola, até seu melhor amigo fica em dúvida na hora de votar. Minha candidatura, por exemplo, já está decolada.
Submetido a uma dieta de 600 calorias por dia, ele quer perder mais 7,5 quilos até 1º de março. Com a saída do governo, Garotinho disse que quer evitar especulações sobre o uso da máquina administrativa. O ex-governador afirmou ainda que o apoio do ex-governador Orestes Quércia a Rigotto não terá reflexo entre os delegados das prévias. Ele calcula que terá 70% dos votos dos delegados em São Paulo.
¿ Eu não vejo essa quantidade de caciques toda, não. Pode ter um ou outro ¿ disse.
Garotinho afirmou ainda que vai vencer o ¿discurso da mesmice do PT e do PSDB¿ e que fará uma campanha antineoliberal e desenvolvimentista. O ex-governador chamou a política econômica do governo Lula de ¿populismo cambial¿.
O ex-governador afirmou que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, seria um ótimo candidato:
¿ Ele teria que passar pelo processo eleitoral.