Título: PETROBRAS DEVE TER SUPERÁVIT DE US$ 3 BI ESTE ANO
Autor: Juliana Rangel e Ramona Ordoñez
Fonte: O Globo, 03/02/2006, Economia, p. 23

Pela primeira vez na História, exportações de petróleo e derivados vão superar importações

Pela primeira vez na História, a Petrobras terá um superávit comercial na balança de petróleo e derivados em 2006. O saldo deverá ficar em US$3 bilhões, segundo o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, ao destacar que a estimativa inicial era de um saldo de US$2 bilhões. O executivo lembrou que a entrada em operação da plataforma P-50 em março garantirá a auto-suficiência na produção de petróleo e o resultado positivo nas exportações.

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que em 2005 o saldo das exportações versus importações ainda apresentou déficit. No terceiro trimestre de 2005, a produção era de 1,72 milhão de barris diários de petróleo, 13% maior que em igual período do ano anterior. Já o consumo total de derivados no período atingiu 1,98 milhão de barris diários, apenas 1% superior a igual período anterior.

Petrobras encerra prejuízos com usina

Barbassa, no entanto, lembra que a tendência é de superávits crescentes a partir da conquista da auto-suficiência. Segundo ele, a produção da Petrobras deverá aumentar numa média de 9% ao ano até 2010, quando chegará a 2,3 milhões de barris diários.

Ontem, a Petrobras anunciou ter chegado a um acordo com a americana El Paso, em relação à termelétrica Macaé Merchant, no Estado do Rio. Depois de três anos de difíceis negociações, a Petrobras vai adquirir a usina pagando mais US$357 milhões, além dos US$670 milhões já gastos até dezembro de 2004. O anúncio foi feito pelo diretor de Gás e Energia, Ildo Sauer, que ressaltou que, com a aquisição da Macaé Merchant, a estatal encerra os prejuízos que vinha tendo com a usina, além das outras duas ¿ a Eletrobolte e a Termoceará, já adquiridas no ano passado.

Pelos contratos originais a Petrobras gastaria US$2,1 bilhões até 2008 com as três usinas, que não seriam dela. Agora, a estatal adquiriu as térmicas, com as quais gastará US$1,6 bilhão. Esses gastos cairão à metade, considerando que as térmicas têm um valor de mercado da ordem de US$800 milhões.

(*) Do Globo Online