Título: RETRAÇÃO ECONÔMICA FEZ COM QUE ENERGIA CRESCESSE APENAS 4,6%
Autor: Ramona Ordoñez
Fonte: O Globo, 04/02/2006, Economia, p. 22

Consumo residencial e comercial puxaram a demanda em 2004

A retração da atividade econômica fez com que o consumo de energia elétrica no país registrasse um crescimento de 4,6% no ano passado, em relação ao ano anterior. Esse percentual foi praticamente igual ao crescimento verificado no ano anterior quando foi de 4,7%. Os dados foram divulgados ontem pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ao explicar que apesar da redução na demanda da indústria, o crescimento do consumo no ano passado foi quase igual ao de 2004, devido ao forte crescimento da demanda nos setores residencial e comercial.

Em 2005 o consumo do setor industrial, que representa 41% do mercado total, cresceu apenas 2,4%, enquanto que no ano anterior tinha registrado um aumento de 7,3%.

¿ O aumento do consumo foi de 14.639 gigawatt/hora, equivalente à demanda de uma cidade como o Rio de Janeiro. O setor residencial e o comercial é que explicam o crescimento total ter ficado em 4,6% no ano passado ¿ disse Tolmasquim.

Consumo residencial e comercial foram os maiores

No ano passado foi o crescimento do consumo residencial, que representa 25% do mercado, foi de 5,4%. Esse aumento foi causado pelo acréscimo de mais 1,7 milhão de residências ligadas à rede. No setor comercial, que representa 16% do mercado, se verificou um aumento na demanda de energia de 7,2% no ano passado.

¿ O consumo maior no setor comercial é explicado pelo aumento das atividades portuárias, ligadas às exportações. O que puxou esse consumo foi o aumento das atividades ligadas ao turismo que cresceram bastante o ano passado ¿ explicou Tolmasquim.

O consumo industrial chegou a ter uma queda de 2,1% em relação ao ano anterior, na região Centro-Oeste. O presidente da EPE atribui a queda à redução das atividades agropecuárias na região por conta da febre aftosa que atingiu o gado no ano passado.

O presidente garantiu que a energia não será empecilho para o crescimento mais forte da economia brasileira, que pode ser de até 5% do Produto Interno Bruto (PIB).