Título: GAROTINHO QUER COMITÊ FINANCEIRO PARA ARRECADAR DOAÇÕES PARA AS PRÉVIAS
Autor: Ilimar Franco e Maiá Menezes
Fonte: O Globo, 05/02/2006, O País, p. 3

Pré-candidato já fez consulta ao TSE e monitora tendência dos convencionais por telemarketing

As prévias serão como final de campeonato para o pré-candidato Anthony Garotinho. Em campo desde outubro do ano passado, ele parte agora para o tudo ou nada. A tática é conquistar a torcida ¿ mais precisamente os 20.099 convencionais do PMDB. Todos já receberam pelo menos cinco cartas de Garotinho, pedindo votos. E receberão visitas do pré-candidato até o dia das prévias. O ex-governador quer mais recursos para investir no eleitorado peemedebista: fez consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a possibilidade de criar um comitê financeiro para captar doações. Além de apertar a mão dos votantes, Garotinho também ocupa os espaços de rádios no interior do país para divulgar suas metas como candidato. Passou parte da semana passada gravando depoimentos para distribuir pelas emissoras.

¿ Por enquanto, tenho ainda (recursos) para duas semanas. Depois, não sei como vai ser ¿ disse Garotinho, que afirma usar verbas das contribuições partidárias de deputados, de servidores comissionados, de prefeitos e vereadores para a campanha.

Uma equipe de telemarketing montada pelo ex-governador está monitorando dia a dia as tendências de voto para as prévias. Segundo ele, entre as cercas de quatro mil pessoas ouvidas, a proporção de votos é de 67% a seu favor. A preocupação com o placar final é tanta que o ex-governador planeja montar uma equipe de fiscais para acompanhar a votação em todo o país. No Rio, ela deverá ser na Câmara dos Vereadores.

Se não conseguir legenda, Garotinho diz que volta ao governo do estado

O presidente regional do PMDB crê que o partido terá dificuldades em explicar aos seus militantes como apoiar um candidato que tem apenas 2% das intenções de voto nas pesquisas (caso de Rigotto):

¿ Os milhares de militantes do PMDB no Brasil inteiro acompanham os resultados das pesquisas eleitorais. Como o partido pode abrir mão de um candidato que tem 15% a 20% para um outro que tem de 2% a 3%?

Ciente da resistência que enfrenta na ala governista, Garotinho mandou um recado irônico aos caciques:

¿ O PMDB é um partido que tem hoje alguns cargos e ministérios no governo Lula. Fiquem tranqüilos, no meu governo eles também terão cargos. Já que alguns gostam tanto de poder, não precisam se preocupar.

Caso não consiga a legenda, Garotinho disse que voltará a participar do governo de sua mulher, a governadora Rosinha Garotinho, em seu último ano de mandato. (Maiá Menezes)