Título: CERIMÔNIA NO MEC VIRA ATO DE APOIO A PRESIDENTE
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Fonte: O Globo, 07/02/2006, O País, p. 9

Lula evitou manifestação de funcionários na entrada, mas foi aclamado após ministro anunciar plano de carreira

BRASÍLIA. Em clima de campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi ontem a uma solenidade no Ministério da Educação (MEC), em Brasília, e na saída fez questão de cumprimentar servidores do MEC que o aplaudiam. Antes da cerimônia, os mesmos servidores haviam feito uma manifestação pela criação de plano de carreira. A reivindicação foi trocada por gritos de apoio e aplausos a Lula depois que o ministro da Educação, Fernando Haddad, prometeu ao grupo que o plano será anunciado ainda este mês.

Por causa da manifestação em frente ao MEC, Lula entrou pelo restaurante do prédio, mas saiu pela porta da frente. A situação mudou depois da promessa de Haddad. Enquanto Lula tirava fotos ao lado de funcionários no auditório do MEC, Haddad saiu e foi conversar com os servidores. Os gritos de ¿Cadê o meu plano?¿ então foram substituídos por ¿Lula! Lula!¿. Diante da calorosa recepção, Lula sorriu e acenou. Depois quebrou o protocolo e se aproximou dos servidores para cumprimentá-los.

¿ Está proibido as pessoas utilizarem a palavra gasto quando se fala em educação ¿ discursou Lula, afirmando que ¿há muitos anos nenhum presidente visita o MEC¿.

Na solenidade, Lula sancionou a lei que amplia de oito para nove anos a duração do ensino fundamental e também a que cria bolsas de estudo e pesquisa para professores da educação básica que participam dos programas de formação do MEC.

O governo espera que até 2010 todos os municípios brasileiros e o Distrito Federal estejam adequado ao novo sistema. Hoje, 8,1 milhões de alunos já estudam num calendário de nove anos. Agora, todo o ensino público é obrigado a adotar o novo prazo. O aluno tem que estar matriculado no ano em que completar seis anos.

¿ O que vocês fizeram foi estender para milhões e milhões de crianças pobres o direito que algumas outras crianças já tinham, de poder se preparar antes de entrar no ensino fundamental. Quando começarmos a colher os frutos que estão sendo plantados agora, teremos o Brasil equiparado a qualquer país do mundo ¿ disse Lula.

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