Título: ALCKMIN: `MEU CANDIDATO É O DO PARTIDO¿
Autor: Helena Chagas e Tereza Cruvinel
Fonte: O Globo, 08/02/2006, O País, p. 3

Governador diz que aposta no entendimento mesmo se for preterido pelo comando tucano

SÃO PAULO. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que apoiará qualquer outro nome escolhido por seu partido caso seja preterido para a disputa à Presidência. Perguntado se apoiaria o prefeito José Serra, caso o comando tucano decidisse por ele, o governador foi lacônico

¿ O meu candidato é o candidato do PSDB.

Alckmin ainda tenta uma articulação para viabilizar sua candidatura sem ter que se submeter a uma disputa interna com o prefeito. Serra é apontado como preferido nas pesquisas de intenção de voto para concorrer com o presidente Lula. Alckmin evitou fazer comentários sobre a disputa interna, mas repetiu aos jornalistas que tenta uma conciliação:

¿ O PSDB está caminhando para o bom entendimento.

Alckmin participou ontem da abertura de uma palestra do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Memorial da América Latina. O governador ainda procura apoio do ex-presidente, que será decisivo na disputa entre ele e Serra. Mais cedo, ao comentar a entrevista de Fernando Henrique ao ¿Roda Viva¿, da TV Cultura, ele partira para o ataque.

¿ O PT fica indignado com as críticas, mas não fica indignado com o fato. O partido não aprendeu com a crise ¿ disse ele.

Alckmin, que há semanas dizia que a crise política não deveria pautar o debate eleitoral, ontem puxou para a discussão a questão ética, bandeira que levou o PT ao poder:

¿ Fernando Henrique colocou a questão central da próxima campanha, que é a questão da ética. Ele colocou o dedo na ferida ¿ disse o governador, para quem já está mais do que provado que houve desvio de recursos públicos e irregularidades no atual governo.

¿ Isso é público e notório. Está mais do que provado que houve ingerência indevida.

Em seguida, procurou desqualificar o discurso dos petistas:

¿ O PT não fez nada do que falou em 25 anos de história. A eleição agora vai exigir mais qualidade de proposta.

COLABORARAM Soraya Aggege e Tatiana Farah, especial para O GLOBO