Título: CARTÃO DE CRÉDITO: SETOR APOSTA EM BAIXA RENDA
Autor: Vladimir Goitia
Fonte: O Globo, 08/02/2006, Economia, p. 22

Previsão é de que segmento cresça quase 23% este ano, movimentando R$10,3 bi

SÃO PAULO. O consumidor de baixa renda transformou-se na menina dos olhos da indústria de cartões de crédito no Brasil. Este ano, 18,5 milhões de cartões em mãos desses consumidores (22,8% a mais do que no ano passado) devem movimentar R$10,3 bilhões em compras, montante 24,9% superior às transações de R$8,2 bilhões em 2005.

¿ O público de baixa renda não é só bom como é o único em que a indústria de cartões tem condições de crescer nos patamares que cresceu nos últimos cinco anos ¿ disse o diretor-executivo de Marketing da Credicard, Fernando Chacon, ao apresentar um estudo sobre mercado de baixa renda.

A renda desse segmento varia entre R$300 e R$500. Embora a participação dos consumidores de baixa renda que têm dinheiro de plástico seja ainda muito pequena (apenas 6,5% em 2005), em relação ao volume total de transações (R$127,3 bilhões no ano passado), o público-alvo da indústria de cartão é mesmo esse segmento. Este ano, essa participação deve passar para 6,6% sobre uma expectativa de vendas totais com cartão de R$155,6 bilhões.

¿ Nesse segmento, existe um potencial de crescimento de consumo extremamente significativo ¿ disse Chacon.

Segundo ele, até antes da estabilização econômica, o consumidor de baixa renda se encontrava excluído do mercado. No ano passado, esse grupo gastou, em média R$544, contra R$2.306 dos demais portadores de cartão. A Credicard prevê este ano um ligeiro aumento para R$557, ante R$2.358 estimados para os de maior renda.

Chacon disse que o estudo constatou ainda que o cartão de crédito representa para o segmento de baixa renda uma espécie de ¿janela que se abre para o mundo¿ e a possibilidade de uma ¿nova qualidade de vida¿ para essas pessoas.

¿ Estão amadurecendo, tanto na forma de compra como na de pagamento ¿ disse.

(*) Especial para o GLOBO