Título: GERDAU TEVE LUCRO DE R$3,2 BILHÕES EM 2005
Autor: Chico Oliveira
Fonte: O Globo, 09/02/2006, ECONOMIA, p. 26

Faturamento cresceu 8,9%, para R$25,5 bilhões. Pacote de incentivo à construção deve afetar o PIB, diz grupo

PORTO ALEGRE. O Grupo Gerdau anunciou ontem os resultados de suas empresas em 2005, com um faturamento consolidado de R$25,5 bilhões, 8,9% maior que em 2004. O lucro líquido, de R$3,2 bilhões, foi R$100 milhões inferior ao de 2004, ano considerado excepcional pelo grupo. As margens de lucro caíram e houve dificuldades com o câmbio no mercado brasileiro. Os investimentos projetados até 2008 são de US$3,6 bilhões, no Brasil e exterior. Em 2 de março serão pagos os dividendos de R$271,2 milhões aos acionistas da Metalúrgica Gerdau S.A. e da Gerdau S.A. ¿ A produção total de aço foi de 13,6 milhões de toneladas, com um aumento de 1,7% sobre 2004. Nossas vendas físicas, de 13,5 milhões de toneladas, aumentaram 8% sobre 2004, embora tenha havido uma queda de 8% no mercado interno, principalmente em decorrência dos juros altos e da seca no sul do país ¿ informou ontem o vice-presidente-executivo de Finanças, Osvaldo Schirmer. O pacote de incentivos do governo para a construção civil deverá aquecer o setor, com reflexos diretos na expansão do Produto Interno Bruto (PIB), afirmou o vice-presidente sênior do Grupo Gerdau, Frederico Gerdau Johannpeter: ¿ Noventa e cinco por cento de nossos produtos vão ficar isentos de IPI. Vai haver uma queda de 5% nos preços do aço para o consumidor final. Com isso, acrescentou, precisarão ser revisadas para cima as expectativas de um crescimento de 3, a 3,5% para o PIB deste ano e de 6% na demanda por aços longos no país: ¿ A construção civil é multiplicadora para os demais setores ¿ explicou Gerdau.

Grupo precisou aumentar as exportações ano passado

As unidades do grupo na América do Norte produziram no ano passado 6,3 milhões de toneladas de aço, 9,1% além do volume registrado em 2004. Enquanto isso, a produção das unidades em Chile, Colômbia e Uruguai atingiu 534 mil toneladas, com uma expansão de 24,7%. No Brasil, foram produzidas 6,9 milhões de toneladas. Com a queda dos negócios no mercado interno, foi necessário aumentar as exportações, apesar da sobrevalorização do real sobre o dólar. O crescimento dos negócios na exportação foi de 3%. O faturamento em moeda estrangeira, incluindo as exportações e a produção no exterior, representou 61% do total. O preço médio da tonelada de aço exportada passou de US$400 para US$435 dólares, o que ajudou a reduzir o impacto da sobrevalorização do real sobre o dólar. Frederico Gerdau confirmou que no segundo semestre deste ano começará a ser preparada a sucessão no grupo. Ele e o presidente, Jorge Gerdau Johannpeter, deverão se afastar da diretoria executiva em 2007.