Título: ASSOCIAÇÕES TEMEM PREJUÍZO À SAÚDE
Autor: Evandro Éboli
Fonte: O Globo, 10/02/2006, ECONOMIA, p. 22

Entidades médicas também repudiam a proposta

BRASÍLIA. A proposta de permitir a venda de planos de saúde com cobertura reduzida foi duramente criticada por órgãos de defesa do consumidor e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que consideram a medida um retrocesso e altamente prejudicial aos usuários. Em nota, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), o Procon-SP e entidades ligadas à área médica, como a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Paulista de Medicina (APM), afirmam que os consumidores ficariam desprotegidos: "Se as empresas têm interesse em reduzir os custos, que busquem outras formas, como obter redução de impostos e eliminação da burocracia, porque a saúde do consumidor não pode ser comprometida", diz a nota. O presidente da ANS, Fausto Santos, também discorda da proposta. Ele disse que, apesar de as operadoras alegarem ter dificuldades financeiras - o que justificaria a venda de planos com cobertura reduzida - o número de usuários cresceu 10% nos últimos dois anos, chegando a 42 milhões. Segundo a advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Lumena Sampaio, o fim do ressarcimento ao SUS também seria injusto, porque as operadoras têm custos menores que os da rede pública. Já o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida, defendeu a proposta. Segundo ele, um plano que incluísse apenas consultas e exames, poderia custar R$25, contra os R$40 de um contrato básico hoje. (Martha Beck)