Título: BASE PARA CRESCER
Autor: Miguel Rosseto
Fonte: O Globo, 12/02/2006, OPINIÃO, p. 6

Em três anos de governo Lula a reforma agrária no país avançou mais e melhor do que em qualquer outro período da História brasileira. De 2003 a 2005, destinamos a ela 22,5 milhões de hectares de terras ¿ contra 10,8 milhões nos quatro anos do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso e 8,8 milhões no segundo. Ou seja, fizemos mais em três anos do que se fez em oito. Nesse período, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Incra assentaram 245 mil famílias, o equivalente a 30% de tudo o que foi feito em 35 anos. Representam a geração de cerca de 850 mil novos postos de trabalho no Brasil rural. Mas a reforma agrária em curso não se reduz a termos quantitativos. Ela é mais produtiva e de melhor qualidade. O presidente Lula sabe que, para se fixar o homem no campo, não bastam terras: é preciso conhecimento e tecnologia. Foi por isso que investimos R$122 milhões em assistência a 450 mil famílias. No final do governo FHC este número não chegava a 100 mil. Mais de 90 mil famílias receberam apoio para a construção e recuperação de suas casas, 10,9 mil quilômetros de estradas foram construídos ou recuperados e a luz chegou a residências de 70 mil assentados. Perspectivas foram abertas aos 74 mil assentados alunos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, que vai da alfabetização até o nível superior. E, como não há produtividade sem crédito, disponibilizamos por meio do Pronaf R$9 bilhões na safra 2005/2006. A reforma agrária que vem sendo feita pacificamente é um instrumento para estimular o crescimento e reduzir as desigualdades. Os números acima são para nós motivo de orgulho, embora saibamos que ainda resta muito a fazer. O desafio, agora, é alcançar a totalidade das metas acordadas no II Plano Nacional de Reforma Agrária. Com determinação e perseverança, chegaremos lá.