Título: UNIVERSIDADES DO PARÁ ENFRENTAM DIFICULDADES
Autor: Evandro Éboli
Fonte: O Globo, 12/02/2006, O PAÍS, p. 8

UFRA deve R$70 mil de luz

BELÉM.A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) vive um dilema: é considerada estratégica para a Região Amazônica, mas convive diariamente com recursos cada vez menores para se manter. O reitor Marco Aurélio Leite Menezes assumiu em dezembro e já enfrentou uma greve. Só de energia elétrica a UFRA deve mais de R$70 mil. A situação é tão complicada que o restaurante universitário fechou as portas e os monitores levam até três meses para receber as bolsas. Anualmente, a universidade recebe 450 novos alunos para cinco cursos: zootecnia, engenharia de pesca, agronomia, medicina veterinária e engenharia florestal. É a única universidade voltada exclusivamente para ciências agrárias no Brasil, porém vive de pires na mão. Do ano passado para cá, a UFRA perdeu cerca de R$1 milhão do orçamento federal. O reflexo é visto em sala de aula. ¿ Praticamente deixamos de ter aulas práticas e isso em cursos como o de agronomia, por exemplo, é fundamental ¿ diz a estudante Diana Castro, 21 anos, que fez parte do Diretório Central dos Estudantes até o final de 2005. Já a maior e mais importante universidade do estado, a Universidade Federal do Pará (UFPA), passa por situações contraditórias. Alguns cursos estão há décadas sem atualização pedagógica, como os de administração, serviço social e biblioteconomia, outros se mantêm atualizados. O de Biologia, por exemplo, está entre os considerados bons e passou por uma reformulação total, segundo o diretor do Centro de Ciências Biológicas José Luiz Martins. (Ismael Machado)