Título: DUDA MENDONÇA REAGE À DECISÃO DA PF DE INDICIÁ-LO POR LAVAGEM DE DINHEIRO
Autor: Luiza Damé e Isabel Braga
Fonte: O Globo, 13/02/2006, O PAÍS, p. 4

Publicitário nega que tenha aberto outras duas contas no exterior

BRASÍLIA. O publicitário Duda Mendonça disse ontem, através de seu advogado, que está indignado com o seu indiciamento e o de sua sócia, Zilmar Fernandes, pela Polícia Federal. Duda sustenta que não cometeu os crimes pelos quais é investigado: evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Sem declarar à Receita Federal, o publicitário recebeu pelo menos R$10,5 milhões em uma conta em nome da empresa offshore Dusseldorf, aberta por ele nos EUA para receber o pagamento por campanhas feitas para o PT. ¿ Duda Mendonça está indignado e abomina essa acusação. É um tremendo absurdo falar em evasão e lavagem de dinheiro ¿ disse seu advogado, Tales Castelo Branco.

Duda teria ainda duas outras contas no exterior

O advogado alega que Duda não cometeu o crime de evasão de divisas porque o dinheiro foi enviado para as contas no exterior pelo empresário mineiro Marcos Valério, que o teria orientado a abrir a empresa para receber os pagamentos. Valério nega. Sobre o crime de lavagem de dinheiro, Castelo Branco diz que os R$10,5 milhões não foram obtidos pelo publicitário através de crime, e sim por uma atividade legal. O indiciamento de Duda e Zilmar ocorreu no dia 2 de fevereiro, logo após o depoimento prestado por ele, em Salvador. O indiciamento está relacionado à movimentação da Dusseldorf, mas a Polícia Federal e o Ministério Público Federal também investigam denúncias de que o publicitário abriu outras duas contas no exterior, que já teriam sido fechadas e supostamente foram movimentadas sem conhecimento da Receita. Duda nega a existência das contas. A CPI dos Correios já aprovou a reconvocação do publicitário. Mas um novo depoimento só será marcado após a análise, por integrantes da CPI, de dados liberados pela promotoria de Nova York. Antes de ouvir novamente Duda, a CPI terá outro depoimento importante: o do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, acusado de montar uma lista com os nomes de 156 políticos, inclusive do PSDB e PFL, que teriam sido beneficiados por um suposto esquema de caixa dois com origem na estatal.