Título: O partido e suas estrelas no centro da crise
Autor: Cristiane J., Gerson C. e Luiza Damé
Fonte: O Globo, 14/02/2006, O PAÍS, p. 3

O PT que comemorou ontem os 26 anos de fundação é um partido esfacelado pelo escândalo do mensalão. Desde as denúncias do ex-deputado Roberto Jefferson, em junho, de que o PT e o governo mantinham um esquema de pagamento de propinas a parlamentares aliados, foram muitas as baixas na cúpula petista. No início de julho, Sílvio Pereira, então secretário-geral, afastou-se do cargo. No dia 5 do mesmo mês, o tesoureiro Delúbio Soares pediu licença do cargo. No dia 9, José Genoino renunciou à presidência do PT, e Marcelo Sereno, à Secretaria de Comunicação. Acusados de receber os recursos do mensalão por intermédio do empresário Marcos Valério de Souza, sete deputados petistas enfrentam processo no Conselho de Ética. Paulo Rocha (PA) renunciou. Professor Luizinho (SP) teve o pedido de cassação aprovado pelo Conselho, que deve fazer o mesmo com João Magno (MG). Os processos de José Mentor (SP), João Paulo (SP) e Josias Gomes (BA) estão em andamento. Em 1º de dezembro, a Câmara cassou o mandato de José Dirceu, que deixara a Casa Civil em 16 de junho, atingido pelas denúncias. Em 12 de julho, os estilhaços chegaram a Luiz Gushiken, que perdeu o status de ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo. O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, tornou-se um dos alvos preferidos da CPI dos Bingos, por causa das relações com ex-assessores seus na Prefeitura de Ribeirão Preto acusados de irregularidades. Já compareceu duas vezes à comissão para depor.